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Amorim quer que europeus abram o jogo em acordo

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deixou claro ontem que há dificuldades nas negociações nas questões agrícolas para o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Européia. O ponto que tem dificultado as negociações é a recusa dos negociadores europeus em expor a totalidade de sua oferta ao Mercosul.

“Acho que temos de ter condições de avaliar tendo uma visão em conjunto. Não posso avaliar de pouquinho em pouquinho”, afirmou o chanceler.

Ontem foram suspensas as negociações para formação de um termo conjunto de acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia (ver mais detalhes acima).

O ministro disse que não pretende fazer a negociação por intermédio da imprensa, mas revelou que deixou claro ao comissário europeu, Pascal Lamy, que as negociações não terão condições de avançar sem que os negociadores do Mercosul saibam o que significa efetivamente, e com números, a oferta dos europeus.

Amorim disse que eles apontaram divergências nas estimativas feitas pelos técnicos latino-americanos e europeus. “Eu disse então que eles deveriam trazer as pessoas que calcularam para mostrar a metodologia e de repente nos convencer”.

O ministro acrescentou que “agosto é um ótimo mês para refletir” e lembrou que há mais negociações previstas para o início de setembro. “Podemos ter uma conclusão. Agora não adianta oferecer uma coisinha em carne, que aliás foi ruim o que nos foi oferecido, e com isso querer que eu mostre toda a minha oferta. Nossa oferta está na mesa claramente. O que eu quero ver é a deles para fazer uma avaliação”, disse Amorim.