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Tendência de união de cooperativas

Para o ministro Rodrigues, o cooperativismo é um braço do desenvolvimento

O agronegócio deve manter o seu número de cooperativas, podendo mesmo reduzir esse total nos próximos anos. A tendência foi sinalizada por Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), durante a 1ª Feira Internacional de Cooperativas, Fornecedores e Serviços (Fenacoop), realizada em São Paulo.

“O que se nota é um aumento do número de filiados e a manutenção do total de cooperativas, com tendência de união entre elas”, afirmou Freitas. Ele citou o exemplo da Coopercentral Aurora, que está fechando parceria com a mineira Cooperativa Central de Produtores Rurais (CCPR), dona da marca Itambé, e a paulista Cooperativa Central Leite Nilza para aumentar a sua rede de distribuição de lácteos.

“A cooperativa aprendeu que é mais econômico trabalhar em conjunto”, disse Freitas. Segundo a OCB, o agronegócio reúne 1.519 cooperativas e 940 mil cooperados. Para este ano, o número de filiados deve crescer 10%. Juntas, elas respondem por 38% do faturamento do agronegócio. Esse índice chega a 64% no Paraná e a 30% em São Paulo. Para este ano, a OCB estima alta de 20% no faturamento das cooperativas do agronegócio, totalizando R$ 200 bilhões.

O Brasil tem hoje 7 mil cooperativas e 47 milhões de filiados. A OCB estima para este ano um crescimento de 10% no número de filiados e entre 2% e 3% no total de cooperativas. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, observou que as cooperativas representam 34% do Produto Interno Bruto (PIB), um terço dos empregos do país e 2% das exportações.

“O presidente Lula defende o cooperativismo como um braço do desenvolvimento econômico e social. Na agricultura há um espaço muito grande a ser ocupado”, afirmou o ministro. Rodrigues observou que um grupo de trabalho interministerial discute a implantação de ações para desenvolver o cooperativismo. Entre as ações previstas está a mudança da lei de cooperativismo (Lei nº 5.764/71).

Durante a Fenacoop, líderes cooperativistas do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile discutiram a criação de políticas comuns para o setor. “Este é um momento favorável para o cooperativismo no Mercosul”, disse o Daniel Arroyo, secretário de desenvolvimento social da Argentina.

Também participou do evento uma missão chinesa, formada por 20 dirigentes das maiores cooperativas do país. As cooperativas brasileiras exportam à China soja, cortes de frango, mel e cachaça, num total de R$ 156 milhões em 2003, segundo a OCB. (CB)