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São Paulo tem inflação de 0,92% em junho, a maior em 16 meses

A inflação do município de São Paulo atingiu alta de 0,92% em junho, maior variação mensal desde fevereiro do ano passado. Os dados fazem parte do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

O índice superou a previsão do coordenador da pesquisa de preços da Fipe, Paulo Picchetti, que projetava taxa de 0,80%. Em maio, a inflação de São Paulo havia ficado em 0,57%.

O avanço da taxa foi puxado, basicamente, por alimentos e transportes, que registraram altas de 1,39% e 2,09%, respectivamente.

Os demais grupos que fazem parte da pesquisa da Fipe apresentaram as seguintes variações: vestuário (1,31%), saúde (0,83%), despesas pessoais (0,54%), habitação (0,23%) e educação (0,15%).

O avanço dos preços está relacionado a dois fatores: a alta do dólar –em abril, a moeda norte-americana saltou de um patamar próximo a R$ 2,90 para cerca de R$ 3,10, onde permanece até hoje– e o frio.

Porém, a tendência dos alimentos, segundo Picchetti, é de redução do movimento de alta ou de estabilização. Os “in natura” vêm subindo desde o início de maio, por conta de problemas de oferta, provocados por dificuldades nas plantações em razão da antecipação do inverno.

O aumento dos combustíveis, que está pressionando os transportes, terá impacto na inflação de São Paulo até agosto. A Petrobras anunciou no dia 12 de junho alta de 10,8% na gasolina nas refinarias e de 10,6% no diesel.

Telefonia e energia

Já os reajustes de preços dos serviços de telefonia e energia elétrica, anunciados na semana passada, vão impulsionar a inflação do município até setembro, segundo o coordenador da Fipe.

Isso porque, de acordo com o economista, a coleta da Fipe computa as variações de preços dos serviços somente após o pagamento da conta pelo consumidor. Além disso, há a possibilidade de o aumento de telefone fixo ser parcelado.

Na avaliação de Picchetti, o aumento médio de telefone fixo em São Paulo deve ficar em torno de 7,43% e o de energia elétrica, próximo de 14,6%.

O maior impacto desses aumentos se dará em agosto. O coordenador da Fipe calcula que o reajuste de preços administrados –sem contar combustíveis– deve gerar inflação de 0,08% em julho, 0,54% em agosto e 0,12% em setembro.