A venda direta de hidratado pelas usinas volta a ser discutida por lideranças do setor sucroenergético. Renato Cunha, vice-presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, abordou o assunto durante palestra nesta quinta-feira (23/11) no Congresso Nacional de Bioenergia realizado em Araçatuba (SP).
Segundo Cunha, a venda direta libera as usinas de parceiros na venda do hidratado como as distribuidoras.
Para Luiz Arakaki, vice-presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), a venda direta de hidratado pelas usinas é estratégica principalmente nos mercados consumidores localizados nas proximidades das unidades produtoras do biocombustível.
A venda direta de hidratado pelas usinas, conforme o vice-presidente do Fórum, pode ser implementada com autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Atualmente, disse ele no evento em Araçatuba, a venda direta de hidratado pelas usinas é vetada pela agência reguladora.
Oposição ao RenovaBio
Cunha, que também preside o Sindaçúcar-PE [entidade representativa das usinas de cana de Pernambuco], lembrou que a venda direta de hidratado pelas usinas esbarra no programa RenovaBio, de estruturação do mercado de biocombustíveis, e que é tema de projeto de lei em tramitação na Câmara Federal.
O RenovaBio prevê certificados de descarbonização (Cbios), que terão de ser comprados pelas distribuidoras como forma de compensar a venda de combustíveis poluentes, como gasolina e óleo diesel, em favor do etanol.
Essa aquisição de Cbios oporia a proposta de venda direta de hidratado pela usinas. “Mas é possível que as distribuidoras sigam atuando na venda de hidratado em mercados [apropriados a elas], enquanto em outros as próprias usinas podem fazer a venda direta de hidratado”, comentou Cunha.