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Brasil e EUA garantem acordo flexível na Alca

Os ministros dos 34 países que discutem a formação da Alca devem aprovar, hoje, um documento elaborado pelos diplomatas reunidos desde o fim de semana, em Miami, que na prática reduz o alcance do acordo para redução de barreiras e criação de regras comerciais em todo o continente americano. A decisão sobre a Alca, alcançada após acordo entre Brasil e EUA, despertou insatisfação entre empresários dos dois países, que anunciaram a disposição de pressionar o governo brasileiro a fazer mais concessões.

“É evidente que o Brasil é o navio lento no comboio, mas os outros têm pressa e vamos continuar a pressionar”, afirmou Frank Vargo, vice-presidente da National Association of Manufacturers, equivalente americana à Confederação Nacional da Indústria. O Brasil também sofre pressões devido aos acordos bilaterais dos EUA com países da América Central e região andina.

As resistências de um grupo de países, liderado por Canadá, México e Chile, ao modelo de Alca “light” proposto pelos ministros Celso Amorim, do Brasil, e Roberto Zoellick, dos EUA, foi vencida depois de uma longa reunião que só terminou ontem cedo, com intervenção pessoal de Peter Allgeier, co-presidente da Alca, para convencer os canadenses.

Simultaneamente às negociações governamentais, entidades que representam as montadoras do Brasil, EUA, Argentina, México, Venezuela e Canadá negociam um acordo automotivo no âmbito da Alca. Reunidas domingo em Miami, apararam arestas para um acordo que pode servir de parâmetro às negociações entre os governos.