Mercado

Sindaçúcar critica falta de uma política do governo para o setor sucroalcooleiro

A Comissão de Agricultura e Política Rural decidiu criar um grupo de trabalho para estudar a criação de um órgão regulador do setor sucroalcooleiro. A informação foi anunciada ontem, na conclusão do seminário “Políticas para o Setor Sucroalcooleiro e a Reestruturação do Proálcool”, na Câmara Federal .

A decisão, no entanto, não foi consensual durante o seminário. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar/Alagoas), Pedro Robério de Melo Nogueira, criticou a falta de uma política do governo para o setor e defendeu o modelo atual de livre concorrência.

Pedro Robério Ele fez uma retrospectiva do setor desde a década de 30, quando o governo interveio no mercado para regular a oferta de açúcar no País e do produto destinado à exportação. Segundo Nogueira, na década de 70 a intervenção estatal aumentou com as crises do petróleo, e o governo financiou a modernização do parque industrial sucroalcoleiro. Nos anos 90, teria havido uma mudança total da política oficial para o setor, com a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), a liberação dos preços e o incentivo à concorrência. “O resultado foi o aumento da produção. Entre 1970 e 1978, o Brasil produzia cerca de 111 milhões toneladas de cana, e hoje a produção nacional é três vezes maior”.

O presidente da Agroindústria Canavieira de São Paulo, Eduardo de Carvalho Pereira, reclamou que o Governo parece não demonstrar interesse no setor sucroalcooleiro. O industrial citou como exemplo o caso da Argentina, que sobretaxa o açúcar brasileiro em 21% e ainda conseguiu excluir o produto da pauta de negociações do Mercosul. “Também fiquei chocado em ver que o Brasil aceitou a exclusão do açúcar das pautas de negociações com a Alca e com a Comunidade Européia. Estou cansado de falar sobre o assunto em vários fóruns; é tudo para inglês ver”, desabafou.

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