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Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético terá nova fase. Lançamento será no Ethanol Summit

Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético terá nova fase. Lançamento será no Ethanol Summit

O Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético terá nova fase com lançamento programado para o Ethanol Summit, evento a ser realizado entre os dias 26 e 27/06 na capital paulista.

Com 10 anos recém-completados, o Protocolo integra o Projeto Etanol Verde das secretarias estaduais do Meio Ambiente e da Agricultura e representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido entre o setor produtivo e o Estado, no qual, voluntariamente, as usinas e fornecedores se comprometeram, por exemplo, com a antecipação dos prazos legais para o fim da despalha da cana por meio do uso de fogo.

Em entrevista ao JornalCana, Pedro Mizutani, presidente do Conselho da Unica, explica sobre a nova fase do Protocolo. Ele conversou com a equipe na terça-feira (06) durante evento de comemoração dos dez anos do Protocolo.

A nova etapa do Protocolo será lançada no Ethanol Summit?

Pedro Mizutani – Exatamente.

É possível antecipar o que integra essa nova etapa?

Pedro Mizutani – Por enquanto não dá para divulgar, até porque fazemos a ‘seis mãos’ a formatação, entre a Unica e as Secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente. Tudo feito em comum acordo, sem uma determinação.

O Protocolo tem hoje 131 unidades produtoras paulistas cadastradas e há também produtores de cana?

Pedro Mizutani – Sim, também os produtores estão cadastrados. Quando se fala que reduziu-se em 95% a queima de cana no Estado, também está incluída a área de cana dos fornecedores.

Qual o desafio de agora para frente no âmbito do Protocolo?

Pedro Mizutani – O grande desafio é como fazer a sociedade reconhecer [os ganhos ambientais] com o Protocolo.

Durante o evento de comemoração do Protocolo, foi sugerido aumento da incidência de ICMS sobre a gasolina, que é combustível poluente, e hoje é taxada em 25% no Estado. Qual sua opinião a respeito dessa sugestão?

Pedro Mizutani – O importante para nós é o diferencial [em favor do etanol]. É o nosso pleito, que ele seja competitivo. Estamos no maior estado produtor do biocombustível, responsável por 60% da produção nacional. Não sei em quanto deve ser aumentado o ICMS sobre a gasolina, se em 1%, 2% ou 10%. É preciso aumentar o percentual competitivo para penalizar os combustíveis fósseis.

Mais sobre o Protocolo Agroambiental: 

– No período da última safra (2016/2017), 131 usinas e 25 associações de fornecedores de cana receberam o Certificado Etanol Verde em decorrência do cumprimento dessas ações. As signatárias são responsáveis por aproximadamente 95% da produção paulista e 47% da produção nacional de etanol. Isso significa que 24% da área agricultável do Estado estão compromissados com boas práticas agroambientais.

Durante o evento em 06/06, o secretário da Agricultura, Arnaldo Jardim, apresentou resultados decorrentes do Protocolo: 

97,5% da área de cana do Estado de São Paulo não se pratica a queima na colheita;

Desde o início da vigência do Protocolo (2007), deixou-se de emitir mais de 9,27 milhões de toneladas de CO₂ eq e mais de 56 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos), o equivalente ao que teria sido emitido por cerca de 162 mil ônibus circulando durante um ano;

O setor sucroenergético do Estado de São Paulo acumula um ativo de 3.747 colhedoras (entre próprias e terceirizadas), ao passo que na safra 2007/08 o total era 753;

Mais de 200 mil hectares de áreas ciliares e 8.230 nascentes foram protegidas e recuperadas;
60% das usinas signatárias possuem programas de restauração florestal de seus fornecedores de cana;

Desde 2010, as usinas reduziram em 40% o consumo de água para o processamento industrial, em função de sistema de reuso, aprimoramento de processos industriais e avanço da colheita mecanizada;

O consumo de água passou de 1,52 m³ por tonelada de cana na safra 2010/2011 para 0,91 m³ por tonelada de cana na safra 2016/2017.