Mercado

Crise no setor não interessa ao governo

Depois de propor a formação de uma força-tarefa para discutir as estratégias para o setor sucroalcooleiro, durante reunião da Câmara Setorial de Açúcar e Álcool realizada em São Paulo, na última quinta-feira, o diretor de açúcar e álcool do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, advertiu no último sábado, em Ribeirão Preto (SP), que ao governo não interessa crise na agroindústria canavieira. A afirmação foi feita durante o encerramento do seminário “Posicionamento Estratégico no Setor Sucroalcooleiro – Safra 2004/05”, realizado pelo ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), do campus da USP de Piracicaba. A reunião debateu durante três dias a safra de cana-de-açúcar prevista para começar em abril em todo o Estado de São Paulo.

Segundo Bressan, o governo tem condições de evitar uma crise no setor sucroalcooleiro, apesar de não acreditar num problema dessa natureza. “Temos o biodiesel, o álcool sendo adicionado na gasolina, o crescimento do mercado de carros a álcool e também do consumo do álcool no varejo e, por isso, não vejo motivos para pessimismo”, disse o diretor dce açúcar e álcool do Ministério da Agricultura. Para ele, o governo tem mantido um canal de diálogo com o setor e tem mecanismos para desestabilizar qualquer possibilidade de crise.

“Uma crise no setor sucroalcooleiro, como em qualquer outro setor, não interessa ao governo, afinal traz problemas para toda a sociedade e para os negócios e saúde financeira do País”, acrescentou Bressan. Ele afirmou que o governo pode, por exemplo, financiar estoques de longo prazo, por duas safras, por exemplo, e disponibilizar recursos suficientes para isso. O diretor de açúcar e álcool do Ministério da Agricultura advertiu, entretanto, que caberá ao setor reunir um conjunto de propostas e apresentá-las de forma estratégica e planejada.