Mercado

Cota de açúcar pode definir preço do álcool

O governo poderá criar cotas de exportação de açúcar em represália ao alto preço do álcool. Hoje, no Palácio do Planalto, o setor sucroalcooleiro estará reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para explicar por que o valor cobrado pelo combustível está acima do patamar correspondente a 60% do preço da gasolina, conforme previsto em acordo firmado no último dia 15.

Na ocasião, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, autorizou a redução do percentual de álcool anidro na gasolina, de 25% para 20%, para garantir o abas-tecimento do combustível. A mudança, em vigor desde o último dia 1º, vai garantir a economia mensal de 100 milhões de litros. Durante o encontro, o setor havia afirmado ainda ter um estoque de 3 bilhões de litros no final de 2002, com uma demanda mensal de 850 milhões. A procura pelo produto, no entanto, foi ampliada devido ao chamado “rabo de galo” (uso de álcool em carro movido à gasolina).

Em contrapartida, os usineiros comprometeram-se a manter o preço estável no referido patamar (mas, de acordo com o ministro, há informação de que o valor cobrado estava em 62% do preço da gasolina). Também aceitaram antecipar para o início de abril a colheita, além de produzir 1,5 bilhão de litros a mais de álcool. Com a menor produção de açúcar em favor do álcool, haverá ainda a redução de 13 milhões de toneladas para 11 milhões de toneladas do volume exportado. Agora, fala-se no governo que o teto poderia cair ainda em 20%, para 9 milhões de toneladas.

Ontem, o ministro descartou a taxação sobre as exportações, mas admitiu criar um cota. Segundo Rodrigues, a expectativa para a reunião de hoje é que a proposta fosse referendada e o preço do combustível estabilizado. (Gazeta Mercantil)

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