A agência ambiental americana (EPA, na sigla em inglês) elevou a cota na qual se enquadra o etanol de cana-de-açúcar para ser misturado junto à gasolina em 2017 nos EUA em relação a sua proposta inicial, divulgada em maio.
O etanol de cana é considerado menos poluente que o etanol do milho nos EUA e encaixa-se na cota de “biocombustíveis avançados” na política de mandato de biocombustíveis do país, junto com o biodiesel e o etanol celulósico. Desde maio, agência realizou consultas públicas e recebeu propostas dos agentes envolvidos.
Apesar do espaço maior para o etanol de cana, a participação do biodiesel no mandato de “biocombustíveis avançados” é ainda maior e ficou em 2 bilhões de galões (ou 7,6 bilhões de litros), enquanto a do etanol celulósico nessa cota ficou em 311 milhões de galões (ou 1,2 bilhão de litros). Em relação aos mandatos válidos para este ano, essas cotas foram elevadas em 5% e 35%, respectivamente.
O aumento do mandato de “biocombustíveis avançados” é uma notícia positiva para o Brasil, que é o maior fornecedor de etanol para os EUA. Porém, o produto brasileiro também concorre com o biodiesel nessa categoria e precisa ser mais competitivo, observou Vitor Andrioli, analista da FCStone.
No total, o mandato para os “biocombustíveis avançados” para 2017 ficou em 4,28 bilhoes de galões (12,3 bilhões de litros), o que representou um incremento de 18,6% sobre o mandato vigente.
Para os biocombustíveis convencionais – cota em que se encaixa o etanol de milho -, o mandato para o ano que vem ficou em 15 bilhões de galões (56,8 bilhões de litros), enfim alcançando a meta inicial da lei de 2007 de Padrões de Combustíveis Renováveis (RFS, na sigla em inglês), que previa que este patamar de mistura seria atingido em 2015.
Em maio, a proposta da EPA era de uma cota de 14,8 bilhões de galões (56,024 bilhões de litros) para os biocombustíveis convencionais. Esse mandato representa um crescimento de 3,4% em relação ao deste ano.
A Associação de Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos comemorou a decisão da agência americana. “A agência vai estimular novos interesses em etanol celulósico e outros biocombustíveis avançados, direcionando investimentos em infraestrutura para acomodar o E15 [mistura de 15% do etanol na gasolina] e misturas maiores de etanol, e impulsionando a redução da emissão de gases de efeito estufa”, avaliou Bob Dinneen, presidente da associação, em comunicado.