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Questões trabalhistas voltam à discussão na reunião da Alca

A negociação para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), no Equador, trará de volta à cena a pressão para incluir cláusulas de proteção trabalhista no acordo comercial entre os 34 países do continente. É uma questão que o governo brasileiro acreditava ter ficado em segundo plano, com a eleição de George Bush, menos ligado aos sindicatos que seu antecessor, o democrata Bill Clinton. Mas, desta vez, quem faz questão de incluir o tema na Alca é o Canadá, por pressão das organizações não-governamentais. O Brasil tem se oposto à idéia, por temer o uso de cláusulas trabalhistas como barreiras a exportações.

Os ministros das Relações Exteriores, Celso Lafer, e do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, reuniram suas equipes, ontem, para discutir o andamento das negociações e decidir a atuação brasileira na reunião da Alca no Equador. Uma das decisões do governo brasileiro, na prática, atrela o andamento das discussões da Alca ao avanço das negociações da rodada do desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC), única instância onde os Estados Unidos admitem discutir temas como a regulamentação dos mecanismos anti-dumping e a redução dos subsídios à agricultura.

Segundo explicou ontem o ministro Celso Lafer, o Brasil e seus aliados vão exigir que, no documento final da reunião do Equador seja firmado o compromisso de “equilíbrio no processo negociador” . Discussões como as regras para investimentos, proteção à propriedade intelectual e abertura no setor de serviços, de grande interesse dos Estados Unidos e Canadá, só devem avançar se caminharem também as discussões para queda de barreiras em produtos agrícolas, redução de subsídios à exportação de produtos agrícolas nos países ricos e controle maior sobre a aplicação dos mecanismos anti-dumping, explicou o ministro. O andamento das negociações, porém, é uma discussão que será administrada pelo próximo governo, afirmou Lafer. (Valor Econômico)

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