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Acordo é apenas um primeiro passo

O protocolo de Kyoto é um acordo, feito em 1997, para reduzir as emissões de gases que têm provocado o aquecimento da atmosfera do planeta. O mais importante desses gases é o gás carbônico, formado na queima dos combustíveis fósseis: derivados de petróleo, carvão mineral e gás natural.

A reunião em Nova Delhi conta com mais de 3 mil participantes, na sua maioria representantes de governos dos 185 países signatários do acordo. Até o momento, o acordo conta com a ratificação de 96 países, que respondem por 37,4% das emissões poluentes contabilizadas em 1990, para ser reduzidas até 2012. Para entrar em vigor, o acordo precisa contar com países que respondam por 55% das emissões verificadas em 1990. A Rússia é, hoje, o fiel da balança.

De acordo com os relatórios enviados pelos países ao secretariado da convenção, as emissões poluentes dos países desenvolvidos cresceram em média 8,4% de 1990 a 2000. Como o acordo é de reduzir essas emissões para 94,8% do que foi verificado em 1990, em 2000 era necessário cortar 14,2% das emissões. Esse número é proporcionalmente maior em 2008 ou 2012.

Se o protocolo entrar em vigor no próximo ano, como esperado, os países desenvolvidos vão ter menos de dez anos para cumprir sua meta. Além disso, outros acordos deverão ser elaborados até lá. José Goldemberg, secretário de meio ambiente do Estado de São Paulo e um dos cientistas que têm coordenado o IPCC – painel científico da convenção – explica: “Essa reunião tem um elemento de anticlímax, porque Rússia e Ucrânia ainda não ratificaram o acordo, como têm reiterado”.

Mesmo assim, Goldemberg é otimista com o futuro da convenção. “Decidiu-se paralelamente manter uma reunião sobre energia e, aí, a proposta brasileira vai ser discutida”, diz. O secretário considera que o tempo está a favor da solução: “As mudanças climáticas levarão décadas para acontecer e esse é um tempo mais que suficiente para que os países negociem as soluções, ao mesmo tempo em que se adaptam aos efeitos negativos.” (O Estado de S. Paulo)

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