O governo cubano iniciou um programa de reestruturação agrícola que fechará quase 50% de suas usinas de açúcar e diversificará o uso das áreas de seus enormes canaviais estatais.
Desde que Fidel Castro anunciou o plano de reestruturação em julho, 70 das 156 usinas de açúcar do país encerraram suas atividades e 100 mil trabalhadores ficaram sem trabalho. Acredita-se que até 500 mil dos 11 milhões de cubanos estejam envolvidos na indústria açucareira.
Hoje Cuba é o quarto maior exportador de açúcar, depois do Brasil, União Européia e Tailândia, mas os custos de sua produção são três vezes a média mundial. Sob a nova diretriz do governo, metade do 1,7 milhão de hectares de canaviais estatais serão usados no plantio de novas culturas voltadas para a exportação ou para produzir alimentos, com o objetivo de diminuir a dependência cubana das importações.
Segundo as autoridades cubanas, a produção não cairá devido à maior eficiência do novo sistema. O governo cubano se comprometeu a requalificar profissionalmente ou encontrar novas ocupações para trabalhadores afetados pelo novo regime canavieiro. Observadores, no entanto, duvidam que existam recursos suficientes para tanto. (Valor Econômico)