A necessidade de aumentar os investimentos para reforçar a segurança da Região Amazônica e
reaparelhar as Forças Armadas faz parte das prioridades dos principais presidenciáveis. Mas a
proposta de criação de uma eventual estrutura militar para o Mercosul colocou-os novamente em
campos opostos. O PT é favorável a que o Brasil lidere qualquer tratado pela paz na Amazônia e
no Mercosul, embora reconheça que tavez não haja condições de estruturar uma força permanente
de imediato. Os petistas admitem, também, que teriam de enfrentar as retrições americanas,
porque, segundo eles, a poítica militar dos Estados Unidos tende a impedir o fortalecimento de
lideranças regionais. O candidato do PSB, Anthony Garotinho, vê o tema com reservas. “Que haja
um diálogo permanente, construtivo e profícuo entre as Forças Armadas sul-americanas é algo pelo
qual eu vou me empenhar”, afirmou Garotinho. “Mas transformar o Mercosul em um bloco militar,
não.” Já o candidato do PSDB, José Serra, admite que o objetivo do Mercosul, a exemplo da
União Européia, é a integração progressiva e isso inclui uma futura força militar conjunta. O tucano
deixa claro, entretanto, que considera uma discussão nesse sentido prematura, já que tal integração
exigirá “forte acervo de confiança mútua”. A primeira versão da política de defesa nacional do
candidato do PPS, Ciro Gomes, disponível no site dele na internet, não faz nenhuma menção a essa
questão específica. Como informou a Assessoria de Imprensa de Ciro, a versão final está sendo
elaborada e deve ser divulgada em breve.
O coodenador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), Eliézer Rizzo de Oliveira, destacou as posições divergentes entre os principais
candidatos à Presidência da República sobre a criação de uma força militar conjunta no Mercosul.
(O Estado de SP)