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Não há razão para muito otimismo na Rio + 10

A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (conhecida como Rio + 10), inaugurada formalmente segunda-feira em Johannesburgo, mostra que nos últimos 30 anos, desde a primeira reunião do gênero em Estocolmo, ao mesmo tempo foram registrados expressivos avanços na maneira como a questão ambiental é encarada por governos e sociedade e que a maioria delas teve caráter apenas simbólico.

Se em Estocolmo, ainda era possível que o representante de um grande país, como o Brasil, dissesse impunemente ao plenário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente que a poluição seria bem-vinda em troca da industrialização, atualmente tal declaração seria considerada tamanho acinte que ninguém teria a petulância de proferí-la, ao menos não em público.

É impressionante como, ao longo de apenas uma geração, a opinião pública mundial se tornou consciente da importância de cuidar do ambiente como única maneira de garantir a sobrevivência da espécie humana no planeta. Chega a ser quase inacreditável que há só 40 anos pessoas como Rachel Carson fossem consideradas visionárias por escreverem (como ela o fez no clássico “Primavera Silenciosa”), o que hoje são tidos como aforismos inquestionáveis.

No entanto, também é espantoso que, apesar desse consenso universal no nível do discurso, na prática governantes e elites dominantes em quase todas as nações – em especial as mais poderosas – continuem a se comportar como predadores irresponsáveis do capital biológico da Terra. (Valor Econômico)

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