Agora que foi aprovada definitivamente a concessão de poderes da “Trade Promotion Authority” (TPA), antiga “fast track”, ao presidente George W. Bush, o Brasil tem de se preparar para intensas negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), a partir de 2006. O princípio básico que deve fundamentar a posição do Brasil é de que não podemos abrir nosso mercado sem contrapartidas por parte dos Estados Unidos, em termos de fortalecimento da complementaridade de cadeias produtivas continentais, tanto na área de matérias-primas quanto na de produtos industrializados.
Em economias tão assimétricas como são as dos países da América Latina em geral e a dos Estados Unidos, a competição pura e simples é praticamente impossível. Os países latino-americanos são importadores de capital e somente alguns deles, entre os quais o Brasil, conseguiram um nível médio de desenvolvimento. Mesmo assim, suas maiores empresas têm uma escala relativamente pequena diante de gigantes multinacionais, vivem num ambiente em que o custo do dinheiro é muito elevado e que os mecanismos de financiamentos a mais longo prazo são escassos. (Gazeta Mercantil)