A greve dos transportadores de combustível e derivados de petróleo, deflagrada na segunda-feira, já afeta o abastecimento de gasolina, diesel e álcool em Belo Horizonte e no interior de Minas Gerais. Em alguns postos, já não há mais combustível e a expectativa do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro) é de que a situação se agrave a partir de hoje, caso a paralisação persista. Pelo menos três postos da capital e um do interior, de Conceição do Mato Dentro, na Região Central do estado, já comunicaram ao Minaspetro o desabastecimento. Dois deles, tiveram que paralisar suas atividades por não poder mais atender os motoristas.
Desde terça-feira, os transportadores estão em greve em protesto contra o baixo valor do frete e alto custo dos impostos e insumos. Os tanqueiros vão se reunir hoje com o secretário da Fazenda, José Afonso Bicalho, para tratar das reivindicações da categoria que são de competência do governo do estado, como redução de alíquotas estaduais. A paralisação começou na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras e fornecedora de combustível para os postos BR, e alcançou os transportadores em Minas representados pelo Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), ao qual estão filiados cerca de 4 mil tanqueiros no estado. No caso da BR, os trabalhadores reivindicam paridade com um aumento concedido à Petrobras.
O diretor do Minaspetro, Bráulio Baião, disse que desde o começo da paralisação nenhum veículo realizou o carregamento de combustíveis nas bases distribuidoras próximas à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Minas Gerais tem, ao todo, 4 mil postos, dos quais 750 instalados na capital. “Se a paralisação não acabar ainda hoje (ontem) amanhã a falta de combustível pode ser generalizada no estado”. Ele disse que o sindicato comunicou oficialmente ao governo do estado essa possibilidade e aguarda uma solução para o fim da greve. De acordo com o Minaspetro, os postos geralmente não têm estoque para mais de um dia.
O presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, disse que a adesão à greve é total e que todos os transportadores estão parados. Ele disse que a categoria vai aguardar a reunião de hoje para decidir os próximos passos do movimento paredista. “Ninguém aguenta mais. Os insumos estão caros demais, o pedágio é elevado, os impostos altos. Assim não dá para trabalhar”, afirma. Segundo Gomes, deve haver, também, uma reunião com representantes do governo federal para discutir as pautas que dizem respeito à União. Apesar de admitir a possibilidade de faltar combustível, o Minaspetro orienta o consumidor a não praticar uma corrida aos postos para não agravar a situação, com demanda acima do normal por álcool, diesel e etanol.
Fonte: (Estado de Minas)