Mercado

Commodities devem continuar subindo

Os mercados de commodities resolveram brincar de montanha- russa outra vez no primeiro trimestre, e pode haver mais volatilidade adiante.

O trimestre terminou em alta, com petróleo, cobre e outras commodities subindo depois de algumas quedas fortes no começo do ano. No fim de março, muitos analistas estavam fazendo previsões mais otimistas para as cotações das commodities, só algumas semanas depois de vários deles terem previsto novas quedas. No final, as commodities em geral subiram. O índice Dow Jones-AIG Commodity subiu 3,3%, enquanto o Goldman Sachs Commodity Index, que é bastante influenciado por petróleo e foi recentemente adquirido pela divisão Standard & Poors da McGraw-Hill Cos., subiu 7,9% no trimestre recém-encerrado.

Quando ajustados para “retorno total”, o que inclui o custo que os investidores têm quando vendem contratos futuros que estão expirando e compram outros novos, esses índices também subiram. O retorno total do índice Goldman Sachs foi de 5,2%, enquanto o do Dow Jones-AIG foi de 4,6%.

Por enquanto, muita gente no mercado diz que o ciclo de alta ainda tem chão pela frente, em parte porque a demanda chinesa continua forte e companhias de recursos naturais ainda têm dificuldade para atender aos pedidos.

Em geral, “a demanda ainda é robusta, o crescimento da oferta continua difícil, e os estoques da maioria das commodities ainda são baixos”, diz Simon Toyne, analista da Numis Securities em Londres.

Mas é comum os analistas discordarem sobre quais preços estão para cair e quais vão subir.

A maioria está otimista quanto a commodities agrícolas, que continuam estimuladas pela demanda por combustíveis à base de produtos do campo, como o álcool. A Merrill Lynch & Co., o Citigroup Inc. e outros bancos de investimento t a m b é m aumentaram suas previsões para algumas commodities industriais no fim de março, inclusive alumínio e carvão.

Apesar dos temores de que uma redução do crescimento econômico nos Estados Unidos poderia enfraquecer a atividade econômica mundial este ano, petrolíferas e mineradoras estão, devagar mas com convicção, iniciando novos projetos que devem trazer mais oferta para o mercado, especialmente de metais como o cobre. Embora muitos desse projetos estejam passando por atrasos imprevistos e estouros de orçamento, eles devem acabar ajudando a compatibilizar a oferta com a demanda, reduzindo as pressões de alta.

A recente trajetória dos preços do petróleo ilustra as incertezas do mercado. Depois de chegar a US$ 78 o barril no ano passado, o petróleo começou a cair por causa do inverno menos rigoroso que o previsto nos EUA. No fim de 2006, o barril estava a US$ 61,05 na Bolsa Mercantil de Nova York, e depois caiu ainda mais — chegando brevemente a menos de US$ 50 o barril — em janeiro.

Em março, o petróleo estava subindo de novo devido a novos sinais de crescimento da demanda. Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo recusou- se a aumentar as metas de produção em sua reunião em Viena em meados de março. O petróleo fechou a US$ 65,87 o barril na sexta-feira, em alta de 7,9% no trimestre. Mas poucos ainda consideram possível que chegue a US$ 100 o barril.

Quanto aos preços agrícolas, vários analistas acreditam que eles vão continuar altos pelos padrões históricos e podem subir de novo nos próximos quatro trimestres, graças à crescente demanda por biocombustíveis.

Depois de subir na maior parte do ano passado, o milho caiu 4% no primeiro trimestre. O trigo também caiu. Mas alguns analistas estão procurando outras lavouras — como a de algodão e soja — que podem subir de preço por causa da expansão do plantio de milho usado para fazer álcool combustível nos EUA. Essa expansão reduziria a lavoura de outros produtos.