Com status de bom administrador de crises, Michel Temer assumiu interinamente a Presidência do Brasil apostando em Blairo Maggi na Agricultura e Fernando Coelho nas Minas e Energia, os dois ministérios mais importantes para o setor sucroenergético.
O ministério das Minas e Energia é hoje até mais importante para o setor em si do que o da Agricultura. Pelo fato de que dois de seus principais produtos — etanol e bioeletricidade — são relacionados à energia e, por ser prioritários e de segurança nacional, acabam à mercê de definições governamentais nem sempre justas. (veja matéria sobre o que esperar do novo governo nas páginas 10 a 12).
Acredito que o novo ministro Fernando Coelho (PSB-PE) será bem sucedido nesta nova função por sua facilidade de interlocução com o setor, habilidade inexistente no governo anterior. Afinal, o PSB é um partido que tem livre trânsito tanto no governo atual como na ala à esquerda. Isto, somado ao fato de que o novo ministro é oriundo de um estado tradicional canavieiro e conhecedor de seus dilemas, certamente resultará em uma melhor interlocução com o setor.
Tanto Michel Temer quanto Blairo Maggi e Fernando Coelho são desenvolvimentistas. E, assim que a economia melhorar, haverá necessidade de geração de energia elétrica adicional para fazer o país funcionar sem apagões.
Assim como o empresário Ricardo Junqueira, da Usina Diana, estou certo de que o setor precisa e espera do governo algumas sinalizações fundamentais para a sustentabilidade da atividade sucroenergética, como o marco regulatório para o etanol e a bioeletricidade na matriz energética brasileira.
Contudo, após tantas injustiças e crises, o setor aprendeu a se virar sozinho. Como diz Junqueira na matéria, a grande melhora veio e vem pelos caminhos trilhados pelo próprio setor, como diminuição de custos, capacitação dos colaboradores e aumento de produtividade e eficiência.
Que o governo faça a sua parte porque o setor sucroenergético tem feito a sua em todo este tempo. Assim, não há o que temer!