Mercado

Feira sucroalcooleira deverá gerar R$ 1,5 bilhão

Com 550 expositores do porte de Siemens e Gerdau, começa hoje a XIV Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro), no Centro de Exposições Zanini, em Sertãozinho (SP). O encontro está programado para seguir até o dia 22 de setembro e deve movimentar, em negócios decorrentes dos contatos da feira, algo em torno de R$ 1,5 bilhão.

Organizado pela Multiplus, em parceria com o Centro das Indústrias de Sertãozinho e Região, o evento deve atrair profissionais do setor sucroalcooleiro para conhecerem as novidades do mercado nacional, segundo Fernando Barbosa, diretor da promotora da Fenasucro. A meta é atrair 50 mil visitantes, principalmente delegações estrangeiras, como alemãs e a francesas. “A feira acontece onde se concentra a produção sucroalcooleira nacional e, por isso, já é o maior espelho desse mercado. Além disso, pelo fato de o Brasil ser, hoje, um grande fornecedor de etanol, a probabilidade de atrairmos ainda mais estrangeiros à feira é maior”, contabiliza Barbosa.

Economia internacional

O setor agroindustrial é considerado uma das bases econômicas do Brasil, pois seu desenvolvimento sempre se vincula a um forte incremento social e tecnológico. Apenas no segmento de açúcar e álcool, o Brasil vive uma das melhores fases de sua história. Segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo, estão em andamento 89 projetos de novas usinas e de reativação de já existentes. É um investimento de cerca de US$ 8,4 bilhões para operações que devem ser concluídas dentro de até oito anos.

De acordo com Jorge Luiz Leal Filho, analista de marketing da Permental Metais Perfurados, o aquecimento sucroalcooleiro, impulsionado pela construção de novas usinas, abre a possibilidade de as empresas fornecedoras de equipamentos para o setor do álcool e do açúcar buscarem negócios em outros países. Ao seguir à risca esse conceito, a Permental atingiu, no ano passado, uma receita de R$ 30 milhões — dos quais 10% voltados ao mercado externo. “Pretendemos ampliar a atuação em Cuba, que tem o setor alcooleiro forte, e queremos iniciar negócios com a Índia”, ressaltou Leal Filho. Atualmente, a fábrica atende a cerca de 2.000 clientes na carteira, entre os quais Companhia Vale do Rio Doce, Electrolux e Marcopolo.

Outra que trabalha para ampliar a participação de seus negócios no exterior, com planos de ampliar a atuação na África do Sul, é a Menphis. Especializada também em equipamentos e projetos de engenharia para o setor sucroalcooleiro, a empresa, com clientes como Açúcar Guarani, fechou 2005 com um faturamento de R$ 10 milhões.

Leonard de Almeida, assistente de vendas da empresa, projeta nas exportações uma fatia de 5% dos negócios deste ano, e afirma ainda acreditar no potencial de clientes nacionais. “Na exportação o percentual ainda é pequeno perto do que a gente quer atingir”.

A empresa ainda não definiu o volume dos recursos que serão direcionados à ampliação da sua atuação internacional, mas garante que a verba será expressiva. “Não temos um valor predeterminado, porque vai depender da aceitação do nosso produto lá fora, mas o otimismo é grande”.

Produtora de componentes à indústria do engarrafamento e transporte, a Orobica Plast-Gom do Brasil espera aumentar a receita do ano anterior, não revelada, em mais 15% este ano, em função de novos produtos. O gerente comercial da marca, Glauco Coelho, ressalta que o otimismo refere-se ao resultado esperado dos investimentos do ano anterior, em torno de US$ 3,5 milhões, destinados a equipamentos e à nova unidade da empresa na Itália.

Mercado nacional

Na direção contrária à de muitas empresas que esticam os olhos para o mercado internacional, a NSK Brasil, subsidiária da marca japonesa produtora de rolamentos, resolveu direcionar sua atuação apenas ao mercado nacional.

Primeira unidade da rede fora do Japão, a filial brasileira iniciou sua operação no mercado nacional na década de 70. Atualmente, o grupo conta com 55 fábricas espalhadas pelo mundo e o seu faturamento global alcança cifra estimada de US$ 5,4 bilhões.

Presente em 25 países, a companhia chegou ao Brasil há aproximadamente 30 anos. No País, a fábrica da NSK está localizada em Suzano, no interior paulista. O local é responsável pela fabricação de 50 milhões de rolamentos ao ano. Se considerarmos o volume mundial, o número sobe para 1,25 bilhão de peças por ano.

A Rodofort Implementos Rodoviários faturou R$ 37 milhões em 2005 e, para este ano, espera crescer 10% em volume de produção e receita. O supervisor de vendas da empresa, Luiz Carlos Cunha Júnior, diz que a expansão da única unidade começou no ano passado e a área útil passou dos 8 mil metros quadrados, em 2005, para 12 mil m². Os investimentos envolvem também a parte de máquinas e automatização comercial. “De cinco anos para cá, o crescimento é aparente, mas foi nos últimos dois anos que houve um estalo maior nos negócios”, comentou o supervisor.