Após 100 usinas de cana-de-açúcar do País fecharem as portas ou entrarem em recuperação judicial nos últimos cinco anos, outras 100 correm sério risco de serem fechadas no curto prazo. A avaliação é de Dario Gaeta, CEO das usinas de cana-de-açúcar Ruette, controladas pelo fundo Proterra.
Gaeta fez a previsão no evento F. O. Licht Sugar & Ethanol Brazil, na capital paulista, e fez questão de informar aos participantes de que suas projeções são pessoais, e não refletem a opinião da Proterra, controlada, por sua vez, pela Black River, fundo que tem entre os acionistas a americana Cargill.
Motivos de risco de fechamento das 100 usinas, segundo Dario Gaeta:
1 – Muitas das usinas em atividade no País operam em modelo antigo, que é ineficiente
2 – Há usinas que capengam porque a cana-de-açúcar dá cinco cortes
3 – Usinas vivem a ‘pedalada’ da dívida. É craque em sobrevivência
4 – A cogeração de excedente é oportunidade, mas usinas precisam vender esse excedente com motor [equipamentos existentes] do ano de 1.800
5 – No estado de São Paulo, a maioria [das 220 usinas existentes] está morta e não sabe
6 – 100 das usinas precisam mudar o modelo gestão. Precisam se reestruturar porque a água já passou pelo nariz. Elas só irão sobreviver se mudarem o modelo de negócios.
7 – Elas precisam ter gestão moderna, dívida apropriada, bancos não emprestam e, quando emprestam, é para no máximo três anos, quando a cana precisa de sete anos para ser viabilizada
8 – A análise de riscos é negligenciada pelas usinas. Quem manda é o fluxo de caixa: na hora que precisa de caixa, vende e não importa o preço a ser recebido pela venda do etanol
9 – Nosso setor é de sucesso, tem tudo para ser modelo mundial. Os EUA nos passou, mas ainda temos potencial.