O Índice de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15) registrou nova deflação em julho (0,02%), mas a queda nos preços foi menos intensa que a apurada pelo IBGE em junho (0,15%). A perda de ritmo na deflação é resultado da menor redução nos preços dos combustíveis. A variação não surpreendeu o mercado financeiro, cuja média das estimativas (-0,03%) ficou próxima do resultado divulgado.
O IPCA-15 é calculado com a mesma metodologia do IPCA – referência para as metas de inflação do governo – do qual difere apenas no período de coleta.
O índice é considerado uma prévia da inflação oficial pelos analistas de mercado.
Para Solange Srour, economista da Mellon Global Investment Brasil, o IPCA fechado de julho será de 0,10% mas, a partir de agosto, a taxa deve acelerar um pouco, com o fim dos efeitos pontuais dos combustíveis e dos alimentos, que estão puxando a inflação para baixo.
No entanto, ela diz que os índices continuarão convergindo para abaixo da meta de 4,5% (IPCA) definida pelo governo para 2006.
Os técnicos do IBGE não comentam os resultados desse índice. No IPCA-15 de julho, o álcool combustível voltou a apresentar queda (3,76%), mas a redução em junho havia sido mais forte (12,78%). A gasolina também caiu menos, com 0,40% em julho e 1,45% em junho.
Produtos alimentícios prosseguiram em trajetória de queda e aprofundaram um pouco a deflação, com variação de 0,44% em julho, ante 0,40% em junho. A colheita da safra está garantindo boa oferta de alimentos e vários itens ficaram mais baratos, como tomate (24,81%), feijão carioca (9,92%), hortaliças (7,69%), carne-seca (4,28%), frutas (3,21%), pescado (2,09%) e carnes (0,85%).
Também foram registradas altas de preços em itens como gás de cozinha (de 1,36% para 0,96%), artigos de vestuário (de 0,91% para 0,46%) e remédios (de 0,52% para 0,13%). Ainda tiveram queda no IPCA-15 de julho artigos de limpeza (0,35%), automóveis novos (0,52%) e energia elétrica (0,19%).