A meta da Brasil Ecodiesel, que deve inaugurar a fábrica de Rosário do Sul em dezembro deste ano, é cultivar mamona em 70 mil hectares gaúchos. Com o limite de dois hectares estabelecido pelo governo federal por produtor, o programa vai abranger, no Estado, 35 mil pequenos agricultores. O investimento da empresa deve beirar os R$ 20 milhões, com produção anual estimada em 100 milhões de litros de biodiesel.
Observada em profusão nos terrenos baldios, a mamona é uma planta resistente e de cultivo fácil. Além disso, os termos do programa federal agradam aos produtores – as empresas que adquirirem de pequenos agricultores pelo menos 30% do total da produção receberão incentivos fiscais do governo, com a compra garantida no contrato de adesão.
– Defendemos alternativas renováveis e sustentáveis para o ambiente – explica Cléu de Aquino Ferreira, presidente da União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (Unaic), responsável pela mobilização dos agricultores nas palestras.
O programa da União
> As empresas que adquirirem de pequenos agricultores pelo menos 30% da produção de mamona receberão descontos em impostos. O biodiesel produzido receberá o “Selo Combustível Social”, cujo consumo será incentivado
> O contrato é de compra garantida, especificando em torno de R$ 0,60 o preço do quilo de mamona
> Semente, assistência técnica, transporte e maquinários serão de responsabilidade da empresa. O custo e o trabalho do agricultor serão apenas no cultivo e na colheita
> Cada agricultor poderá plantar apenas dois hectares, para evitar a monocultura
> No ano passado, uma lei federal instituiu a adição de 5% de biodiesel no óleo diesel nacional até 2010. O processo de adaptação das indústrias começará com a adição de 2% até 2008
> A fábrica de Rosário do Sul terá capacidade para beneficiar também biodiesel de outras culturas
> A articuladora do programa na Metade Sul negocia a adoção do Seguro Agrícola aos produtores de mamona
> A Petrobras garante a compra total da produção de biodiesel