As receitas obtidas com exportações do agronegócio do Brasil atingiram US$ 3,979 bilhões em março, com crescimento de 16% em relação ao mesmo mês do ano passado, informou em nota o Ministério da Agricultura, destacando que o número é recorde para meses de março.
No primeiro trimestre de 2006, as vendas externas do setor somaram US$ 9,797 bilhões, também um recorde histórico no acumulado de janeiro a março. As divisas obtidas ficaram 11,5% acima do mesmo período de 2005.
Já no acumulado dos 12 meses (abril de 2005 a março de 2006), as exportações agropecuárias totalizaram US$ 44,609 bilhões, o que significa uma alta de 11,6% na comparação com o mesmo período anterior.
O setor, responsável por 28% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 37% das exportações totais do país, gerou em março um superávit comercial de US$ 3,395 bilhões, considerando que no mesmo mês foram registradas importações de US$ 583 milhões desse segmento.
“O valor (do superávit) é 14,3% acima do obtido em março de 2005 e também é recorde da série histórica para meses de março”, acrescentou o comunicado do ministério.
Nos últimos 12 meses, o superávit comercial acumulado do agronegócio é de US$ 39,124 bilhões, 11,5% superior ao registrado entre abril de 2004 e março de 2005.
As exportações do complexo soja totalizaram US$ 928 milhões em março, 30,8% acima do valor exportado no mesmo mês em 2005 (US$ 710 milhões).
“O resultado foi impulsionado pelas vendas externas da soja em grão, com um incremento de 44,7% na quantidade exportada e preços 7% superiores ao do mesmo período do ano anterior,” detalhou o ministério.
Já as receitas com as exportações de carnes atingiram US$ 618,8 milhões, um aumento de 5% na comparação com os US$ 589,6 milhões de março de 2005.
Notícias Relacionadas
Mas esse crescimento se deu mais por uma elevação de preços nos setores de bovinos (6,6%) e frangos (3,5%), além do aumento do volume exportado de carne bovina.
“As exportações de carnes já refletem os impactos da redução da demanda externa em função da gripe aviária e do embargo russo, sobretudo nas exportações de carne suína.”
As vendas de carnes suínas, por exemplo, caíram 50,6% em março.
Grande parte das exportações de carne de porco do Brasil depende da Rússia, que até março mantinha vetos por causa da febre aftosa aos principais estados exportadores – no final do mês, os russos liberaram vendas do Rio Grande do Sul.
As exportações de frango in natura tiveram queda de 5,4% em quantidade, mas a diminuição na receita (2%) foi menor por causa da elevação dos preços.
O ministério, salientou, no entanto, que houve uma desaceleração da queda das vendas de frangos em relação a fevereiro, quando o volume exportado diminuiu 9,7% em relação ao mesmo período de 2005.
Já as exportações de carne bovina in natura registraram aumento de 22%.
As vendas de açúcar e álcool atingiram US$ 494,3 milhões em março, contra US$ 337,7 milhões em 2005.
O incremento nos preços do açúcar impulsionou as vendas externas do produto (de US$ 270,7 milhões, em março do ano passado, para US$ 424 milhões). Já a receita com a exportação de álcool foi de US$ 70 milhões em março, 4,4% acima do valor exportado no mesmo mês de 2005.
