Como as usinas de cana-de-açúcar deverão enfrentar a fase de petróleo barato, com o barril cotado no patamar de US$ 30?
Às vésperas do início oficial da safra 2016/17 na região Centro-Sul do País, as companhias sucroenergéticas têm mais um desafio que é iniciar a moagem diante turbulências econômicas internas, com a crise política-institucional do Brasil, e externas, com as incertezas na China e a temporada baixista dos preços do óleo.
Como ferramenta de conteúdo para os profissionais do setor sucroenergético, o Portal JornalCana passa a divulgar análises de especialistas sobre os impactos das cotações do petróleo no mercado de açúcar e de etanol.
Confira a seguir a análise de Fabio Meneghin, sócio e analista da consultoria Agroconsult, que também é responsável pelo Rally da Safra 2016, principal expedição técnica privada para monitoramento da safra de grãos no Brasil.
Cinco opiniões de Fabio Meneghin:
1
Os preços baixos do petróleo impactam diretamente os preços da gasolina no mercado internacional
2
Hoje há uma defasagem de 30% entre a gasolina no exterior e o preço de liquidação da Petrobras nas refinarias.
3
Em tese, o governo poderia reduzir o preço da gasolina, mas isso prejudicaria a geração de caixa da Petrobras, cuja dívida ultrapassa meio trilhão de reais
4
Essa possibilidade de redução do preço da gasolina na refinaria é a maior ameaça ao setor de cana-de-açúcar atualmente. Se a Petrobras não estivesse nessa situação financeira, provavelmente veríamos o preço da gasolina baixar, causando sérios problemas ao etanol no mercado doméstico
5
O petróleo barato também levou o etanol nos EUA a ficar muito barato. Desta forma, mesmo com o câmbio desvalorizado, as janelas de exportação de etanol são muito pequenas.