Chuva e mecanização não são os únicos responsáveis pelo avanço das impurezas minerais e vegetais na cana-de-açúcar entregue nas usinas. A seguir, o diretor executivo do Grupo USJ, Narciso F. Bertholdi, conta como a empresa, que controla usina de cana em Araras (SP), enfrenta o problema.
A USJ tem alguma experiência com a palha?
Narciso Bertholdi – Fizemos há dois anos. Havia estudo sobre etanol de segunda geração e de cogeração, e fizemos experiência de campo. Em termos agrícolas, ficamos satisfeitos. Mas quando chegou à indústria, vimos que há muita energia, muita estrutura para limpeza, muita adequação para usar nos equipamentos atuais. Nisso ainda temos uma curva boa de aprendizado pela frente. Na safra 15/16 não trabalhamos com palha.
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E a incidência de impurezas por tonelada de cana na USJ?
Narciso Bertholdi – 2015 foi muito ruim. Trabalhamos esse ano [2015] com número médio entre 13 a 14 quilos de impurezas minerais por tonelada de cana entregue. Na vegetal, foi em torno de 60 quilos por tonelada. A mineral foi ruim, porque trabalhávamos em média com 10 a 11 quilos por tonelada e foi para 14 quilos.
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Culpa da chuva?
Narciso Bertholdi – Com certeza as chuvas ajudaram, mas há treinamentos, orientações de campo, de regulagem de máquina, que precisam ser trabalhados. Iremos começar uma campanha. Já fizemos reuniões com líderes de equipes, que já apresentaram alguns pontos, que vão desde qualidade de plantio, acerto de terreno de plantio, movimentação de palha após colheita, que interferem necessariamente na hora da colheita de uma safra nova, e acaba entregando palha no sistema.
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O corte-carregamento-transporte (CCT) é 100% feito pela USJ? E a cana?
Narciso Bertholdi – O CCT é 100% feito pela companhia. Entre canas próprias e arrendamento, 80% são da USJ. Os demais 20% são de fornecedores com contratos longos.