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Escassez de etanol também nos EUA

Motoristas americanos devem enfrentar um aumento nos preços do álcool no verão (local), já que refinarias de petróleo estão se apressando para garantir a oferta. No entanto, é improvável que o Congresso remova taxas de importação sobre o produto para compensar a escassez de etanol no mercado interno devido à oposição de produtores.

Refinarias americanas precisarão de mais etanol para misturar com a gasolina, já que eles estão parando de usar o aditivo MTBE, que foi proibido por muitos Estados e resultou em ações judiciais por poluir fontes de água potável.

A Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês) informou que a recente transição para etanol pegou algumas petrolíferas de surpresa já que elas planejavam eliminar o MTBE dentro de um prazo maior.

A produção média diária de etanol nos EUA é de 275 mil barris, mas a EIA acredita que outros 130 mil barris diários possam ser necessários para substituir o MTBE.

O Brasil é outro grande produtor de etanol, mas suas exportações para os EUA são reduzidas devido a uma tarifa ad valorem de 2,5% e uma segunda taxa de US$ 0,14 o litro.

Isso compensa a taxa de crédito de US$ 0,13 por litro que os EUA fornecem para misturar 10% de álcool à gasolina.

O senador Saxby Chambliss, do Comitê de Agricultura do Senado, afirmou que o Congresso não tem planos de reduzir tarifas este ano, mas disse que tal medida não está fora de cogitação.

Poucos fazendeiros dos EUA e produtores de etanol querem que as tarifas sejam removidas. “Eles temem que se as tarifas forem removidas temporariamente, acabem sendo removidas permanentemente”, afirmou Gary Hufbauer, do Instituto Internacional de Economia.

Os EUA irão permitir que o Caribe embarque até 1 bilhão de litros para o mercado americano sem taxa de importação, mas as exportações da região devem cair para 300 milhões de litros. Com isso, refinarias americanas irão depender mais de embarques brasileiros, que devem variar de 225 milhões a 260 milhões de litros este ano.

A Associação de Combustíveis Renováveis dos EUA, é contra a remoção das tarifas de importação, embora admita que o país não conseguirá suprir a demanda. “Os brasileiros iriam amar se subsidiássemos o produto deles (através da diminuição das tarifas). Mas não vejo um esforço sério para que isso ocorra no Congresso”, disse ele.