Mercado

Preços do álcool e da gasolina sobem amanhã

Os preços do álcool e da gasolina ficarão mais altos para o consumidor já a partir de amanhã, quando os valores cobrados pelas distribuidoras de combustíveis serão corrigidos. Como a expectativa é de que os postos repassem os aumentos na mesma proporção, em São Paulo, o reajuste do álcool hidratado será de R$ 0,20, ou 13,8%. Já a gasolina deve subir R$ 0,09, uma alta de aproximadamente 4%.

Segundo o Sindicato dos Postos de Combustível do Estado de São Paulo(Sincopetro), se as recomendações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) foram seguidas, o preço do álcool vendido ao consumidor subirá de uma média de R$ 1,57 a R$ 1,59 para R$ 1,77 a R$ 1,79. No caso da gasolina, o aumento será de R$ 2,72 para R$ 2,81.

O preço da gasolina irá aumentar por causa da nova composição do combustível. Para tentar regular a oferta de álcool anidro no mercado interno, o governo federal decidiu reduzir de 25% para 20% a mistura de álcool à gasolina. A medida, que entra em vigor em todo o País amanhã, acabou por ser a responsável por esse acréscimo. Uma vez que a gasolina é mais cara que o álcool, já era esperado que, ao ficar mais pura, ela subisse. As principais distribuidoras do país, BR, Esso, Shell e Ipiranga, devem adotar os novos preços.

Já o álcool vem sofrendo reajustes quase que diários desde que, no último dia 20, os usineiros anunciaram o descumprimento do acordo com o governo que limitava o teto de R$ 1,05 nas usinas. De acordo com um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, na semana passada o valor do álcool hidratado já havia disparado 7,5% e o do anidro, 7,14%.

Quem mora na região de Sorocaba já pagou mais caro pelo álcool ontem. O combustível, que estava em falta no sábado, foi entregue pelas distribuidoras já com o preço reajustado, segundo o Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo de Sorocaba e Região.

A alegação das distribuidoras é de que os valores continuam sendo reajustados nas usinas. A presidente Ivanilde Vieira afirma que os preços do álcool vêm subindo a cada entrega do produto. “O reajuste é semanal e muitas vezes o posto deixa acumular, mesmo com prejuízo de sua margem, para evitar as reclamações do consumidor”, diz.

O presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, alegou que o setor sucroalcooleiro não pôde manter o acordo, pois a alta do álcool no mercado internacional também contribui para a elevação das cotações. “O atual preço do álcool no mercado externo é de até US$ 580 por metro cúbico, o equivalente a R$ 1,15 por litro”, afirmou.

Carvalho disse ainda que o setor tem de ser regido pela lei de oferta e demanda e, no momento, a procura está maior que a oferta. O governo, no entanto, afirma que ainda está estudando medidas para conter esses aumentos do álcool.