O Leilão A-5, previsto para ocorrer em 05/02/2016, e que contratará energia elétrica para entrega a partir de 2021, em contratos de 25 anos, tem cadastrados 64 projetos por biomassa.
Em termos de potência instalada, esses 64 projetos totalizam 3.041 Megawatt (MW), representando 6% da oferta total cadastrada para o certame.
Esse montante inclui projetos que aproveitam diversas biomassas, sendo predominante o bagaço e a palha de cana-de-açúcar. Também inclui projetos de termelétrica a biogás.
De acordo com o gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Zilmar de Souza, apesar de representar somente 6% do total cadastrado no Leilão A-5, a biomassa inscreveu quase três vezes mais projetos em comparação ao último Leilão A-5, realizado em 30 de abril de 2015.
“Se contratarmos toda a oferta registrada pela biomassa, significará acrescentar o equivalente à potência instalada de quase três usinas hidrelétricas do porte de Sobradinho, na Bahia, que vive seu pior momento em termos de volume do reservatório, inferior a 3% de sua capacidade”, comentou o executivo.
Souza lembra também a importância de que o preço-teto do próximo Leilão A-5 seja capaz de viabilizar esta potencialidade energética da biomassa, ou parte significativa dela, evitando-se, portanto, a descontinuidade de contratação de novos projetos de para esta fonte, como aconteceu nos últimos anos.
Agregar
“Em 2016, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a previsão é que a biomassa acrescente apenas 626 MW novos ao sistema elétrico brasileiro. A fonte biomassa já demonstrou que, com condições institucionais e de preço adequados, pode agregar anualmente, no mínimo, três vezes o que agregará em 2016, já tem um parque industrial local montado para isto. O cadastro do Leilão A-5 mostra que é o momento de o Governo Federal ousar mais e, desta vez, estabelecer preços adequados para começar um processo de revitalizar a participação da biomassa e de sua cadeia produtiva nos leilões regulados”, concluiu.
Para o próximo Leilão A-5, a fonte eólica foi a que mais cadastrou projetos. Foram 864, somando 21.232 MW. Em seguida aparece o gás natural com 36, totalizando 18.741 MW. Empatada com a biomassa na terceira posição está o carvão, com 3.056 MW inscritos por sete projetos. Por fim, em último lugar, consta a fonte hídrica, que registrou 84 projetos somando 1.548 MW.