As cotações do contrato 11 de açúcar, negociado para maio, na Bolsa de Nova York, registraram ontem sua décima-primeira alta consecutiva. No encerramento do pregão, os papéis foram cotados a 17,8 centavos de dólar por libra-peso, com ligeira valorização de 0,45%. No acumulado do mês de janeiro, os preços da commodity já subiram 20,6%. Os contratos têm o maior valor obtido em 24 anos.
Apesar do fechamento em alta, a variação de ontem foi inferior às registradas nos últimos dias. “O mercado estava um pouco mais calmo, sem o pânico dos pregões anteriores, e deve continuar de lado esta semana” diz o analista Fernando Martins, da Fimat Futures. Durante o dia, foi registrada realização de lucros por parte dos fundos, mas não em volume suficiente para provocar baixa nos preços. A China fixou posições de compra no mercado futuro. O número de contratos negociados chegou a 64 mil. No mercado físico brasileiro, foram registradas vendas para exportadores.
Segundo Martins, as cotações devem registrar novas altas expressivas a partir da próxima semana. “O mercado poderá testar o limite de alta de 18,86 centavos de dólar por libra-peso. No último dia 23, a cotação chegou a 18,75 centavos de dólar por libra-peso, mas acabou recuando um pouco”, conta. Ele avalia que o grande volume de recursos já desembolsado com margens – ajustes diários – na Bolsa de Nova York pelas origens e fundos que têm posições vendidas poderá resultar na compra de papéis, o que deixará o mercado ainda mais volátil.
Os recentes incrementos nos preços do açúcar resultam da expectativa de queda da exportação do produto pela União Européia e do aumento da demanda por etanol. O Brasil, maior produtor mundial de açúcar tem elevado a parcela de cana-de-açúcar destinada ao álcool, com a maior demanda dos carros bicombustíveis e as altas do preço da gasolina.