A oferta de energia elétrica produzida a partir da biomassa da cana-de-açúcar (palha e bagaço) cresceu 9,5% em agosto último, na comparação com mesmo período de 2014. O crescimento é recorde.
O avanço significa que em agosto último, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 3.207 GWh de energia produzidos a partir da biomassa da cana–de-açúcar abasteceram o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Conforme a assessoria da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), esse foi o maior volume energético mensal ofertado pela biomassa, representando, no período, 24% da geração térmica no País – 30% do total de eletricidade consumida pelas residências ou 8% do consumido em todo o País.
Conforme o gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar José de Souza, essa marca histórica alcançada pela bioeletricidade da cana está intimamente atrelada a investimentos realizados no setor em meados da década passada, quando o cenário econômico era atrativo.
“Esses números são bons porque a biomassa, nos últimos cinco anos, instalou mais de 6 mil MW novos na rede elétrica, o que corresponde a mais da metade de uma Belo Monte. Isto foi resultado de decisões de investimentos tomadas quando havia um cenário institucional mais favorável à expansão de projetos sucroenergéticos como um todo”, observa o executivo.
De acordo com a CCEE, de janeiro a agosto de 2015, o bagaço e a palha da cana produziram 13.740 GWh para o SIN, um aumento de 14% em comparação ao mesmo período do ano passado. Apesar deste crescimento, Souza alerta que a falta de uma política pública específica para a bioeletricidade já está comprometendo a expansão do segmento canavieiro na matriz elétrica.