Fornecedores particulares de cana-de-açúcar trabalham uma nova fonte de renda: a venda da palha da cana-de-açúcar para as usinas sucroenergéticas produzirem energia elétrica.
O preço médio pago pelas usinas é tentador: elas pagam em média….
… entre R$ 90 a R$ 100 pela tonelada entregue na fábrica.
A gestão do corte, carregamento e transporte (CCT), entretanto, é dos próprios fornecedores. E é que entra o nó da gestão.
O emprego da palha da cana como fonte para cogerar energia elétrica não é novidade. Há pelo menos dez anos a palha é tema de pesquisas e de técnicas para ter uma gestão eficaz. Mas assim como o plantio mecanizado da cana ainda não emplacou, por conta de ajustes técnicos, a gestão da palha ainda desafia o setor sucroenegético.
Evento do Sinatub/ProCana realizado na quinta-feira (1/10) em Ribeirão Preto reuniu perto de 200 representantes de usinas de cana e de fornecedores do setor, além de gestores da Unesp, justamente para discutir a gestão da palha da cana.
Custos
Os R$ 100 pagos pela usina pela tonelada da palha são um atrativo para o fornecedor, que recebe pelo método Consecana, que exclui o valor desse subproduto da cana.
O problema é justamente colher e entregar a palha para a usina com o menor custo. Na média, a entrega de uma tonelada de palha até a porta da indústria fica entre R$ 70 a R$ 80. O desafio é reduzir esse custo.
Antonio Fernando Tittoto é fornecedor de cana para a Usina do Grupo Pedra em Serrana (SP). E comercializa a palha da cana-de-açúcar.
“É possível reduzir os custos para entregar a palha na usina”, afirma ele, que tem 36 anos dedicados ao setor sucroenergético.
Tittoto defende o enfardamento circular da palha, ante a versão retangular, que hoje é a mais empregada na gestão da matéria-prima da eletricidade.
Segundo ele, é possível garantir densidade na versão circular, que é uma das principais críticas dessa modalidade.
Em suas terras de cana-de-açúcar, Tittoto garante recolher até 50% da palha. “Os demais 50% ficam no campo”, diz.
As chuvas recentes prejudicam o recolhimento. “Paramos, mas depois retomamos a colheita.”
Ele tem vendido a tonelada da palha entre R$ 90 e R$ 95, para um investimento médio de R$ 80.