A Raízen, maior processadora de cana do Brasil, perdeu cinco dias de operações de moagem em setembro por causa das fortes chuvas, mas ainda tem expectativa de alcançar sua meta e processar cerca de 61 milhões de toneladas na temporada 2015/16, disse nesta terça-feira o vice-presidente de operações Pedro Mizutani.
“Está atrasado o cronograma, pelas chuvas de setembro, que a gente não esperava. Espero que até o final de setembro não chova mais”, disse Mizutani a jornalistas no intervalo de conferência de açúcar e etanol da Datagro.
De acordo com ele, os números de moagem para a primeira metade de setembro a serem divulgados pela associação da indústria de cana (Unica), nos próximos dias, possivelmente mostrarão um total abaixo de 30 milhões de toneladas na quinzena para o centro-sul do Brasil, conforme alguns agentes do mercado haviam sugerido.
Mizutani disse que é certeza que Raízen, uma joint venture entre a brasileira Cosan e a Royal Dutch Shell, estenderá o esmagamento além de novembro, quando a safra usualmente termina no centro-sul, para poder esmagar a maior parte da cana disponível.
“Com certeza vamos estender tempo de moagem, mas não vamos sacrificar o canavial então vamos parar quando as condições climáticas indicarem”, ele disse.
Mizutani disse que o centro-sul do Brasil teria potencial para esmagar mais de 610 milhões de toneladas de cana se dezembro fosse um mês sem chuvas, mas ele vê que é quase impossível, particularmente considerando o El Niño.
“Nós (centro-sul) provavelmente esmagaremos 590 milhões esta temporada.” Para a nova safra, ele não vê condições para um aumento, a menos que as chuvas durante novembro, dezembro e fevereiro sejam muito favoráveis.
Mas, se o clima for seco, a nova safra pode estar próxima de 570 milhões de toneladas, ele disse. Mizutani disse que a Raízen não tem interesse em possíveis oportunidades de aquisições de outros grupos no Brasil. “Nós já temos capacidade extra. Nosso foco agora é melhorar produtividade e eficiência.”