
O CEO da SCA Ethanol Brazil, Martinho Ono, afirmou na manhã desta terça-feira (22/09), no segundo dia da Conferência Datagro, na capital paulista, que os preços baixos recebidos pelas usinas pelo litro do etanol hidratado prejudica também o valor do etanol anidro.
Segundo Ono…
…o valor recebido pelas usinas com a venda do etanol anidro deve ser desatrelado do preço do hidratado, que é comercializado a preços inferiores à safra passada.

Segundo o executivo, o anidro não deve mais ser precificado com base no hidratado. “Pela necessidade de venda mesmo do hidratado a ser produzido, usinas precificam o valor muito aquém, e isso é coletado pelo mercado, pela Cepea [da Esalq/USP, que lança os preços médios] e isso remunera 90% do valor do anidro”, afirmou.
Com os preços baixos do hidratado afetando também o valor do anidro, “isso pode trazer desânimo às usinas nas safras seguintes”, disse.
Segundo Ono, o anidro deve ser tratado como aditivo à gasolina. “O anidro não pode ser redutor do preço da gasolina”, afirmou.
Em sua opinião, o preço do litro do anidro para a usina deveria estar em R$ 2.
Hidratado
Conforme o CEO da SCA, em gasolina equivalente, o hidratado chegou a 17% do mercado de otto em 2014, e este ano chega a um quarto da participação da matriz de otto. No estado de São Paulo, o hidratado chega a 43% da matriz otto. Em Minas, chega a 30%.
Os preços do hidratado, segundo Ono, estavam em agosto último 3% inferiores aos valores recebidos pelas usinas em relação ao mesmo período de 2014.
“As razões [para essa queda] são desnecessárias: dinheiro caro, falta de liquidez”, disse. “Tínhamos uma previsão do litro entre R$ 1,45 a até R$ 1,60 este ano, mas o preço está muito aquém, mesmo com a Cide.”
“Não capturamos nenhum benefício.”