A informação é do juiz Kleber Borba Rocha, responsável pelo processo da massa falida do grupo Laginha, de propriedade do empresário e ex-deputado federal João Lyra,de falência.
Em entrevista ao Portal JornalCana, o juiz dá maiores detalhes sobre o futuro das cinco usinas de cana-de-açúcar do grupo Laginha.
O sr. promoveu encontros na quarta-feira (09/09) para escolha dos arrendatários de três das cinco usinas da massa falida Laginha Agro Industrial, que pertence ao ex-deputado e empresário João Lyra. Houve definição?
Juiz Kleber Borba Rocha: Não temos ainda uma escolha sobre os arrendatários. Pedi mais informações de análise para o administrador da massa falia.
Quando essa escolha deve ocorrer?
Juiz Kleber Borba Rocha: Na próxima semana.
Há arrendatários?
Juiz Kleber Borba Rocha: Sim. Temos três propostas para as três usinas (Uruba, em Atalaia-AL; Vale do Paranaíba, em Capinópolis-MG; e Triálcool, em Canápolis-MG).
Delas, qual está apta a voltar a moer na safra de cana-de-açúcar 2015/16, que começou este mês nas regiões Norte e Nordeste do país?
Juiz Kleber Borba Rocha: Pelas informações que obtive junto a análises do administrador da massa falida, a Usina Uruba tem condições de funcionar de forma imediata.
A crise financeira do setor sucroenergético, que antecede a crise institucional e econômica do país, tem afetado uma solução para as usinas da massa falida?
Juiz Kleber Borba Rocha – Sim. A crise no setor afeta isso.
O sr. acredita em uma solução para as cinco usinas (Uruba, Triálcool, Vale do Paranaíba, Guaxuma, em Coruripe-AL e Laginha, em União dos Palmares-AL)?
Juiz Kleber Borba Rocha – Sim. O processo tem 50 mil páginas, e o prazo de conclusão está em andamento.
Saiba mais sobre o processo da massa falida de João Lyra
1 – As cinco usinas de cana da antiga massa falida Laginha estão paradas. As unidades sucroenergéticas Guaxuma e Laginha dependem de aporte financeiro muito alto, segundo o juiz Kleber Rocha
2 – No entender do juiz, vender as cinco usinas como estão (paradas), poderia resultar em pagamento mínimo, o que seria insuficiente para quitar todos os credores. Daí, o foco inicial no arrendamento de três das cinco unidades sucroenergéticas
3 – A massa falida não se refere apenas às cinco usinas. Conforme o magistrado, além do escritório central da Laginha, há a companhia Mapel e um jatinho, entre outros ativos que podem ser usados para pagar os credores, entre eles antigos funcionários de João Lyra
4 – A Usina Guaxuma, de Coruripe (AL), deve ter solução mais demorada porque virou acampamento para um grupo de sem-terra que, agora, reivindica o direito de continuar produzindo dentro da propriedade.
Leia o que diz João Lyra
Conforme publicação no jornal Extra Alagoas, João Lyra assinou um ofício afirmando que não haverá interposição com relação à tomada de decisão por parte do magistrado.
“Não obstante o entendimento diverso ao de Vossa Excelência, não haverá interposição de quaisquer recursos contra a decisão em referência, tendo em vistas a consciência de que, neste momento, importa dar celeridade ao processo falimentar”, disse o usineiro.
“Por fim, motivo maior desta manifestação, apresento minha anuência pessoal com a venda de ativos da Laginha Agroindustrial S/A., localizados no Sudeste do País, para fazer frente ao enorme passivo trabalhista da Massa [falida]. Da mesma forma, apresento minha anuência pessoal aos esforços para arrendar as unidades industriais, em Alagoas ou Minas Gerais, com o propósito de manter valorizados os ativos da empresa, bem como possibilitar renda necessária à manutenção da Massa [falida] e pagamentos dos credores”, lavrou Lyra em documento.