A esperada ultrapassagem das receitas obtidas com as exportações de carnes sobre as do complexo soja não deverá ocorrer neste ano. Até novembro, as exportações com soja em grão, farelo e óleo de soja somaram US$ 8,7 bilhões, 38% a mais do que os US$ 6,3 bilhões conseguidos com as vendas externas das carnes bovina, suína e de frango.
A febre aftosa, confirmada em Mato Grosso do Sul e com suspeitas no Paraná, prejudicou as exportações de carnes, mas não foi o motivo para a soja manter a liderança externa no agronegócio.
A oleaginosa, diferentemente do que se esperava, teve bom desempenho nos últimos meses e só em novembro as receitas com a soja em grão superaram em 194% as do mesmo mês de 2004.
Já as receitas mensais da carne bovina, com valor superior a US$ 200 milhões desde abril, recuaram para US$ 154 milhões em outubro -mês do início dos embargos-, mas voltaram a subir para US$ 171 milhões no mês passado, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Diferentemente do que se previa no final do primeiro semestre, as exportações do complexo soja devem superar US$ 9 bilhões, e as das carnes ficam abaixo dos US$ 7 bilhões. O desempenho das exportações das carnes, com aumento de 33% no ano, é bem melhor do que o do complexo soja, que caiu 8%.
Os bons destaques deste ano vão se confirmar mesmo para café e açúcar. As exportações do grão já somam US$ 2,32 bilhões, 49% mais do que no mesmo período de 2004, enquanto as receitas com açúcar atingem US$ 3,6 bilhões, com evolução de 52% em relação às do mesmo período do ano passado.
Os bons preços externos, tanto do café como do açúcar, ajudaram a elevar as receitas desses dois produtos.
Se considerados os 14 principais itens da balança de exportações do agronegócio, as receitas acumuladas deste ano até novembro somam US$ 27 bilhões, 14% a mais do que as do mesmo período de 2004.