Os impactos do El Niño sobre a cana-de-açúcar são esperados no último trimestre de 2015. É o que avaliam analistas do setor sucroenergético.
Durante conferência da Fenasucro & Agrocana, o diretor da consultoria Datagro, Plínio Nastari, lembrou que o fenômeno deverá afetar as áreas com cana-de-açúcar entre os meses de outubro a dezembro desse ano.
Segundo ele, os impactos do El Niño virão, mas na região Centro-Sul do Brasil, onde estão 90% das usinas sucroenergéticas do país, deverão ser registrados no último trimestre.
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Entre outubro a novembro, as pouco mais de 250 unidades produtoras de etanol e de açúcar do Centro-Sul estarão no pico final da moagem, e a incidência do fenômeno climático influenciará na moagem.
Na região Centro-Sul, o El Niño gera chuvas, o que impedem o recolhimento da cana para as unidades, serviço que na safra 2015/16 é em média 80% feito através de máquinas.
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Se houver incidência constante de chuvas, e a colheita for prejudicada, unidades já avaliam deixar cana bisada para a próxima safra, a 16/17.
Já nas regiões Norte e Nordeste, o El Niño resulta em altas temperaturas. Em estados sem tradição canavieira, como Amazonas, as temperaturas deverão ser aumentadas em 3 graus centígrados por conta do fenômeno.
Se essa previsão, constatada por serviços meteorológicos, for estendida para estados canavieiros do Nordeste, o impacto pode ser na retenção de açúcar na cana-de-açúcar, o que, por sua vez, pode resultar na redução de ATR por tonelada de cana.