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O primeiro avião movido a álcool também é brasileiro

O Brasil é pioneiro também no desenvolvimento e fabricação do avião movido a álcool. A primeira aeronave foi vendida em março de 2005 pela indústria aeronáutica Neiva, subsidiária da Embraer, em sua unidade de Botucatu, interior de São Paulo. O primeiro avião a álcool foi também a milésima unidade do modelo Ipanema produzida pela Neiva. A aeronave, usada na pulverização de culturas extensivas, como soja, banana e canade-açúcar, recebeu a certificação de tipo do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) para voar com esse combustível em outubro de 2004.

A Neiva registrou o nome Aviation Alcohol (AvAlc) para uso no Brasil. Assim, o Ipanema tornou-se o primeiro avião do mundo certificado para sair de fábrica com o motor a álcool. Segundo a empresa, testes já demonstraram melhora no desempenho da aeronave em relação à versão a gasolina, com redução da distância de decolagem, aumento da razão de subida, de velocidade e altitude máximas. O motor a álcool do Ipanema também é 5% mais potente que o motor a gasolina.

Além disso, o uso desse combustível aumenta o intervalo entre revisões do motor. De acordo com o gerente-comercial Luiz Fabiano Zacarellli, a economia operacional chega a 20%. Com o cenário atual da agricultura, é imprescindível investir em tecnologias que permitam desenvolver lavouras com mais eficiência e lucratividade. Desde o lançamento do modelo, a empresa tem fabricado, praticamente, só aviões a álcool. Serão cerca de 50 este ano. A Neiva passou a fazer também a conversão de motores a gasolina para álcool, tendo recebido mais de 130 pedidos. Em junho, o Ipanema a álcool recebeu o prêmio da indústria aeronáutica, na categoria Aviação Geral, concedido pela Flight International, em Paris.

Por causa do sucesso do Ipanema e do preço do combustível – cerca de 30% mais barato que a gasolina de aviação -, a Força Aérea Brasileira (FAB) também quer adotar o motor a álcool em seus aviões T-25 Universal. São cerca de 100 unidades que a partir de 2006 vão usar o mesmo motor da aeronave agrícola da Embraer.

O projeto, suspenso em 1989, foi retomado e o primeiro vôoteste foi feito há 15 dias, no CTA, em São José dos Campos. A certificação do primeiro avião militar a álcool do mundo vai ocorrer em janeiro de 2006.

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