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BR Distribuidora diversifica ação na área petroquímica rotulando produtos

A Petrobras Distribuidora está começando a comercializar produtos químicos de outras empresas com a sua própria marca, a BR. A Dow Corning é uma das empresas participantes que confirmam a parceria. A Rhodia diz ainda não ter a parceria sacramentada, mas é outra que confirmou o envolvimento no projeto, sendo candidata a fornecer solventes oxitenos à estatal. Fontes de mercado afirmam que a americana Penreco também deve vir a compor uma parceria com a empresa brasileira, em 2006. A Oxiteno , do Grupo Ultra , que, segundo fontes, também já estaria exercendo uma parceria com a estatal, negou que tenha fornecido produtos para serem lançados no mercado com a marca BR.

Nas parcerias, a Petrobras Distribuidora compra os produtos, adiciona a sua marca e os revende, obtendo uma margem de lucro sobre a negociação. De acordo com que disse uma das fontes, a Petrobras Distribuidora não participa do desenvolvimento e da fabricação dos produtos. A idéia seria deixar de ser simplesmente um distribuidor do petróleo brasileiro. A força da marca é considerada um dos aspectos mais favoráveis para a iniciativa. A fonte, contudo, frisa que a companhia arca com a responsabilidade de coordenar os critérios de seleção das empresas com as quais deve ou não selar a parceria pelo seu novo portfólio de químicos.

Perfil das parcerias

Sebastião Cunha, gerente comercial da Dow Corning na América do Sul, na área de Processos Industriais, diz que a parceria nasceu há dois anos e que os produtos entraram no mercado em meados de 2004. “A Petrobras Distribuidora está tentando diversificar sua oferta de soluções ao mercado, para complementar muitos produtos que ela comercializa mas que não têm muito valor agregado. E nós, da Dow Corning, estamos em todos os continentes, sempre em busca de parceiros”, diz.

Até agora, foram desenvolvidos dois produtos pela Dow Corning e comercializados pela Petrobras Distribuidora: o Sisbrax ECO AE 100, utilizado em refinarias de petróleo, e o Sisbrax AEF 15, utilizado em usinas de álcool e açúcar. Cunha informa ainda que novos produtos logo devem chegar ao mercado, mas preferiu não fornecer detalhes. “Como ela tem uma distribuição altamente eficaz — eu a vejo como o meu braço de extensão —, ela está presente em todos os lugares onde há necessidade. E assim obtivemos a sinergia necessária para fornecer as soluções. Ela nos apresenta as informações necessárias, como numa encomenda. Para as usinas, por exemplo, nós desenvolvemos um produto visando a redução da contaminação por silício dos catalisadores, que podem ser degradados pelo silício”, diz Cunha.

De acordo com ele, o produto não leva a marca da Dow Corning, embora possua a indicação de que esta é que o fabrica. “Por enquanto o produto está sendo utilizado apenas no Brasil, mas, se a Petrobras tiver interesse, eles podem exportar, o produto é deles. No rótulo, a marca é da BR”, explica.

Ainda segundo a Dow Corning, o desenvolvimento do antiespumante para atender o mercado sucroalcooleiro em conjunto com a estatal é o “exemplo clássico de uma parceria bem-sucedida”. Em nota, a Dow afirma que o projeto do antiespumante visa “atender ao mercado com uma opção de melhor custo-benefício para as usinas”.

Rhodia

Segundo a Rhodia, o produto a ser lançado pela parceria ainda está em fase embrionária, mas já está definido que será feito a partir de um solvente da própria empresa. De acordo com a companhia, o projeto será uma novidade no mercado.

Atualmente, os produtos da divisão de solventes da Rhodia são vendidos para a estatal através de distribuidores, como a Bandeirante Química . Biocidas e produtos com silicone também são fornecidos pela Rhodia. Além destes, a Petrobras consome outros produtos da Rhodia que são aplicados em fases da extração do petróleo.

Grupo Ultra

Outra empresa com a qual a BR Distribuidora já viveria uma parceria desse porte é a Oxiteno, do Grupo Ultra. Com ela, a marca BR seria usada na comercialização do emulsificante da companhia. A empresa, procurada pelo DCI, negou a informação, mas frisou que a estatal jamais admitiria a divulgação da informação. Contudo, fontes informaram, ainda, que a empresa assinou, recentemente, um contrato de “sigilo de tecnologia”, pelo qual compartilham informações visando o desenvolvimento conjunto de novos produtos. João Luis Zuñeda, sócio diretor da consultoria Maxiquim , diz que não se surpreende com o projeto da estatal. “Eu não tenho conhecimento, mas não é estranho que a BR esteja pensando nisso”, diz.

Nas parcerias, a distribuidora compra os produtos, adiciona a sua marca e os revende