O excesso de chuvas durante a primeira quinzena de julho fez com que a moagem de cana-de-açúcar ficasse menor. A informação é do diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA), Antonio de Pádua Rodrigues, o qual afirmou que importantes áreas canavieiras foram atingidas.
O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil alcançou 29,26 milhões de toneladas na primeira metade de julho, significativa queda de 29,31% sobre os 41,4 milhões de toneladas registradas na mesma quinzena significativa de 2014 e retração de 37,2% em relação à quantidade esmagada na última quinzena de junho deste ano.
Já no Estado de São Paulo, a quantidade de cana-de-açúcar moída nos primeiros 15 dias de julho (16,51 milhões de toneladas) representa uma retração superior a 40% em relação ao valor apurado na quinzena anterior (28,03 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 16 de julho, o volume processado no Estado ficou 21,51 milhões de toneladas aquém daquele verificado em igual período do ano anterior (132,29 milhões de toneladas neste ano versus 153,79 milhões em 2014).
A moagem acumulada no Centro-Sul, por sua vez, somou 229,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até 16 de julho, contra 244,39 milhões de toneladas observadas no mesmo período do ciclo agrícola anterior. Esses valores indicam, portanto, uma defasagem de 14,49 milhões de toneladas de cana-de-açúcar entre ambas as safras.
Rodrigues destaca que “caso o clima mais chuvoso persista nas próximas quinzenas, a dificuldade de operacionalização da colheita e a piora na qualidade da matéria-prima poderão levar a uma safra menor do que aquela inicialmente prevista, mesmo assumindo um período de moagem mais longo do que o normal”. Para atingir as 590 milhões de toneladas de cana-de-açúcar estimadas em abril para o Centro-Sul, as unidades produtoras precisarão colher 35 milhões de toneladas adicionais no comparativo com a safra anterior ao longo das próximas quinzenas, acrescenta o executivo.
Produção de açúcar e etanol
Da quantidade total de cana-de-açúcar moída na primeira quinzena de julho, somente 39,07% destinou-se à produção de açúcar, contra 46,4% apuradas no mesmo período da safra 2014/2015. No acumulado desde o início da atual safra até o final da primeira quinzena de julho, este percentual totalizou 39,92%. Essa proporção é a menor registrada desde a safra 2008/2009, quando a quantidade de matéria-prima alocada à produção de açúcar até 16 de julho alcançou 39,71%.
Como resultado, a produção de açúcar atingiu apenas 1,44 milhão de toneladas na primeira quinzena de julho, com queda de 42,74% em relação à produção registrada na segunda quinzena de junho deste ano (2,52 milhões de toneladas) e retração de 43,45% na comparação com a quantidade fabricada nos primeiros quinze dias de julho de 2014 (2,55 milhões de toneladas).
Para Rodrigues, “esta tendência atual de alocação da matéria-prima processada sugere que a produção de açúcar na safra 2015/2016 deve ficar inferior àquela inicialmente prevista pela entidade no início deste ano”. Esse movimento garante maior estabilidade à oferta de etanol, mesmo considerando uma possível redução no processamento e na qualidade da cana-de-açúcar previstos para esse ciclo agrícola, acrescentou.
Em relação ao etanol, o volume produzido nos primeiros 15 dias de julho alcançou 1,39 bilhão de litros (527,89 milhões de litros de etanol anidro e 859,19 milhões de litros de etanol hidratado), ante 1,81 bilhão de litros apurados na mesma quinzena do ano anterior.
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 16 de julho, a fabricação de açúcar totalizou 10,71 milhões de toneladas, queda de quase 17% sobre os 12,89 milhões de toneladas registradas até a mesma data de 2014.
Já a produção acumulada de etanol somou 9,98 bilhões de litros, ligeiramente inferior aos 10,26 bilhões de litros fabricados em idêntico período da safra 2014/2015. Deste volume, 3,39 bilhões de litros referem-se ao etanol anidro e 6,59 bilhões de litros ao etanol hidratado – cifra 11,99% superior àquela verificada em 2014 (5,88 bilhões de litros).
Fonte: (O regional)