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Guarani: faturamento individual 12% maior

Usina Vertente, do Grupo Guarani: demonstrações econômicas da 14/15
Usina Vertente, do Grupo Guarani: demonstrações econômicas da 14/15

Saiba como foi o desempenho financeiro da Guarani S.A na safra 2014/15, cujo exercício foi encerrado em 31 de março último.

A companhia publicou Relatório da Administração em Demonstrações Financeiras na edição de sexta-feira (17/07) do Diário Oficial do Estado de São Paulo.

Submetido à apreciação dos acionistas, o Relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras Societárias Individuais e Consolidadas, referentes ao exercício findo em 31 de março de 2015, preparadas de acordo com o International Financial Reporting Standards (IFRS) e práticas contábeis adotadas no Brasil, acompanhadas de parecer dos Auditores Independentes.

Usina Vertente, do Grupo Guarani: demonstrações econômicas da 14/15
Usina Vertente, do Grupo Guarani: demonstrações econômicas da 14/15

Leia mais: Tereos registra prejuízo de R$ 106 mi

No exercício findo em 31 de março de 2015 (Safra 2014/15), a Companhia teve um faturamento individual de R$ 1,7 bilhão e consolidado de R$ 2,4 bilhões, representando um aumento de 12% e 5%, respectivamente, em relação ao período anterior, principalmente devido ao aumento das vendas de etanol e energia.

Principais eventos envolvendo a Guarani na 14/15:

Nos termos do acordo entre a acionista controladora da companhia, Tereos Internacional S.A., e a acionista Petrobras Biocombustível S.A. (PBIO): em 29 de outubro de 2014, a PBIO realizou o penúltimo aporte de capital na Companhia, no montante de R$ 240 milhões, mediante a emissão de 31.852.348 novas ações passando sua participação para a companhia.

A companhia, juntamente com os demais integrantes do Bloco de Controle (o “Bloco de Controle”) do Centro de Tecnologia Canavieira S.A (CTC), firmaram com o BNDESPar, o Contrato de Promessa de Subscrição de Ações, que assumiu a obrigação de aportar R$ 300 milhões de capital no CTC em três etapas até 31 de março de 2017 em troca de uma participação de 18,99%.

E os acionistas do Bloco de Controle assumiram a obrigação de aportar até 10% do montante do BNDES neste mesmo período, totalizando um investimento de R$ 330 milhões no CTC para financiar os projetos de P&D no setor sucroenergético, principalmente o desenvolvimento de novas variedades de cana-de-açúcar e tecnologias para o etanol de segunda geração. Em 18 de setembro de 2014, foi homologado o aumento de capital no valor de R$ 165 milhões.

Mercado

Na safra 2014/15, foram processadas 571 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil, representando uma redução de 4% em relação à safra anterior devido a condições climáticas desfavoráveis, com um aumento do mix de produção destinado ao etanol ao longo da safra.

A Região Centro-Sul teve um mix de produção de 43% voltado para o açúcar. Foram produzidas 32 milhões de toneladas de açúcar e 26,1 bilhões de litros de etanol, o que representou uma redução de 6,73% na produção de açúcar e um crescimento de 2,2% na produção de etanol, em relação à safra anterior.

Mercado de açúcar: no período de abril de 2014 a março de 2015, as cotações internacionais do açúcar bruto apresentaram forte volatilidade, atingindo a máxima de 18,75 centavos de US$/lb em 20 de junho de 2014 e a mínima de 11,93 centavos de US$/lb em 31 de março de 2015.

Na média, no entanto, os preços foram 6,2% inferiores aos praticados na safra anterior. Esta queda no preço do açúcar no mercado internacional observada na safra 2014/15 está relacionada, entre outros fatores, ao quinto ano consecutivo de excedente entre a oferta e demanda global de açúcar, reflexo das safras recordes em países como Índia e Tailândia, estimuladas por subsídios governamentais, bem como a acentuada desvalorização do real frente ao dólar (aproximadamente 40,7%).

As cotações do açúcar no mercado doméstico, em reais, expressos pelo indicador ESALQ, estiveram, na média, 3,6% superiores às registradas na safra anterior, tendo atingido seu maior nível em 10 de dezembro de 2014, com uma cotação de R$ 52,45 por saca de 50 kg.

Mercado de etanol: durante a safra 2014/15, o preço médio do etanol hidratado no mercado doméstico situou-se 2,9% acima do preço médio registrado no período anterior.  Para o etanol anidro, o preço médio foi 0,9% superior ao período precedente, segundo o indicador ESALQ. De acordo com a ANFAVEA, as vendas de veículos flex-fuel em 2014 representaram, em média, 88,2% das vendas de veículos leves.

Desempenho

Confira o desempenho operacional e econômico-financeiro.

Dados de moagem e produção consolidados consideram as operações no Brasil e em Moçambique, bem como a coligada Usina Vertente Ltda (“Vertente”), parceria com o Grupo Humus:

Operacional:

Processamos 20,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no ano de 2014/15, 3% acima do volume de 2013/14, dos quais 20,2 milhões no Brasil e 0,6 milhão em Moçambique, através da subsidiária Companhia de Sena.

A produção de açúcar atingiu 1,6 milhão de toneladas, dos quais 60 mil toneladas produzidas em Moçambique. Com produção de 1,54 milhão de toneladas, a Guarani tornou-se em 14/15 a segunda maior produtora de açúcar da região Centro-Sul.

A produção de etanol atingiu 757 mil m³, representando acréscimo de 25,8% em relação à safra anterior. Alcançamos uma produtividade agrícola média de 82 t/ha nesta safra, enquanto a média da região Centro-Sul foi de 74 t/ha segundo dados do CTC.

O teor de sacarose na cana-de-açúcar (ATR) teve um aumento de 6% quando comparado à safra anterior, chegando a 142 Kg / ton. Econômico-Financeiro. A Receita Líquida Consolidada de R$ 2,4 bilhões, 5% maior em relação ao ano anterior, deveu-se a acréscimos de volume de energia e etanol comercializados de 27% e 18%, respectivamente, apesar do recuo de 4% nas vendas de açúcar.

O EBITDA Ajustado na safra 2014/2015 foi de R$ 370 milhões, com uma margem EBITDA Ajustado de 15,3%. Com a desvalorização cambial ocorrida no período, a Companhia registrou um resultado líquido individual de R$ 108 milhões e consolidado de R$ 115 milhões (incluindo a parte atribuível aos “acionistas não controladores”).

As operações da Companhia no Brasil geraram um resultado positivo consolidado de R$ 3 milhões. Os investimentos da Companhia e suas controladas em 2014/15 foram de R$ 502 milhões, representando uma redução de 15% frente aos R$ 590 milhões investidos na safra 2013/14.

Referida redução de investimentos decorreu, sobretudo, da conclusão da implementação dos projetos de cogeração e expansão de capacidade.

Com uma dívida líquida total consolidada de R$ 2,5 bilhões no encerramento do exercício de 2014/15, a relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado foi de 6,8x, representando um aumento significativo frente aos 3,7x registrados no ano anterior, devido em grande parte à desvalorização do real frente ao dólar no período. Analisando somente as operações da Companhia no Brasil, a rela- ção Dívida Líquida / EBITDA Ajustado na safra 2014/15 foi de 5,3x frente a 3,1x na safra 2013/14.