De acordo com o engenheiro agrônomo Leandro Bin, a safra da Usina São Francisco, de Sertãozinho (SP) poderá atrasar. Em entrevista ao Portal JornalCana no final da manhã de hoje (15) durante evento promovido pela Abag/RP sobre campanha contra incêndios.
“Por conta da chuva, embora não saiba mensurar o número de dias, poderá ocorrer um atraso na safra. Ainda estamos no meio da safra, portanto, se as chuvas de outubro e novembro forem menos intensas que o normal poderemos recuperar este atraso de safra”, explicou.
Segundo Bin, o atraso provavelmente implicará em cana bisada, o que impede sua colheita neste ano, protelando para o próximo período. Como prejuízo a unidade terá que pagar o fornecedor sem conseguir obter o mesmo teor de sacarose da planta. O Anuário da Cana informa que a usina esmagou cerca de 1,150 milhão de toneladas, na safra passada, volume inferior a safra 2013/14, devido a seca.
Incêndios
O engenheiro agrônomo também informou que por serem eventos não programados, a perda de produtividade causada por incêndios no canavial é relativa. “Isto depende muito da época em que acontece o incêndio em relação e do estágio de maturação da planta”. A Usina São Francisco foi uma das primeiras no Estado de São Paulo a colher 100% de cana crua, portanto, os incêndios além de prejudicaram o solo — afetando diretamente a produtividade — e a perda palha, que poderia ser usada na energia cogerada para a indústria, causa um dano maior, que é o atrelado a biodiversidade. A usina identificou em suas áreas de preservação mais de 340 espécie de vertebrados superiores — números comparados aos parques estaduais de mata nativa.