O álcool hidratado usado para abastecer veículos em São Paulo subiu em média 20,11% entre junho e setembro, de R$ 0,895 para R$ 1,075 o litro, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Mas em alguns postos é possível encontrar o combustível por até R$ 1,509.
Da mesma forma, se o consumidor procurar pode abastecer o veículo com álcool ao preço de R$ 0,880 o litro. Esse preço levanta suspeitas do mercado de que há sonegação, já que o valor cobrado pelas usinas é de R$ 0,71573, sem impostos nem margem de lucro das distribuidoras e postos.
Segundo a pesquisadora Mirian Rumenos Piedade Bacchi, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), um dos fatores que explicam o aumento do preço do álcool é a sazonalidade, por causa do final da safra.
Outra justificativa está associada ao aumento da gasolina anunciado há duas semanas pela Petrobrás. Com o combustível fóssil mais caro e com o aumento dos carros bicombustíveis, a tendência é os consumidores migrarem para o álcool, mais barato que a gasolina. Com isso, a demanda pelo produto nas usinas aumenta e elas cobram mais.
Mas, mesmo que não haja aumento na demanda, o simples fato de a gasolina ter subido já garante o avanço do preço do álcool. Para ser competitivo, o combustível renovável pode custar até 70% do valor da gasolina. Como o preço do derivado de petróleo subiu, os usineiros podem aumentar o álcool sem perder competitividade, dentro desse limite.