A Copersucar, maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, afirmou que suas usinas associadas favorecerão a produção de etanol ao invés do açúcar na atual temporada de moagem de cana 2015/16 devido à maior remuneração do biocombustível em relação ao adoçante, afirmou o presidente do Conselho Deliberativo da empresa, Luís Roberto Pogetti, nesta quarta-feira.
A afirmação de Pogetti contrasta com orientações recentes e declarações de pelo menos dois grupos de moagem grandes no Brasil, tais como São Martinho e Raízen, que esperam um melhor retorno no futuro alterando mix de produção em favor do açúcar.
“Para mim, não faz qualquer sentido produzir mais açúcar”, disse à Reuters o presidente do Conselho da Copersucar, no intervalo de um seminário em São Paulo. Usinas associadas da Copersucar vão alocar 58 por cento da cana para a produção de etanol, disse Pogetti. “As usinas estão fazendo pelo menos 10 por cento mais dinheiro vendendo etanol do que açúcar no momento.”
Os preços globais do açúcar estão pairando em torno de seus níveis mais baixos em seis anos, com o excedente de oferta pressionando as cotações. Operadores do mercado de açúcar observam com atenção as projeções das usinas para o mix de produção, a fim de avaliar a potencial oferta de açúcar que chegará ao mercado internacional.
Pogetti, da Copersucar, disse que os atuais preços fracos do açúcar e do etanol são, em parte, motivados pela necessidade de vendas de muitas usinas de fazer caixa em um momento de aperto de suas contas, após a entressafra. O etanol dá às empresas maior liquidez. Contudo, Pogetti espera que os preços se recuperem nos próximos meses, após a pressão da safra, que começou oficialmente em abril.
“Os fundamentos apontam para preços melhores, tanto de açúcar como de etanol, na ordem de 10 a 15 por cento neste ano”, afirmou. A Copersucar formou, no fim do ano passado, a joint venture Alvean com a norte-americana Cargill para a originação e comercialização de açúcar.
Fonte: (R7)