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'Etanol e o País devem aproveitar a oportunidade do G7'

Etanol: ampliação na unidade de cana
Etanol: ampliação na unidade de cana

Responsável pela comercialização de produtos de quase 30 usinas pela Bioagência, da qual é diretor, Tarcilo Ricardo Rodrigues é especialista no mercado do setor sucroenergético. E, nesta entrevista para o portal JornalCana, ele detalha suas avaliações a partir da definição de países integrantes do G7 de acabar ou reduzir os combustíveis fósseis em 20100.

O etanol e o Brasil têm uma oportunidade de ouro diante esse compromisso?

JornalCana – Como o sr. acredita que o setor sucroenergético deve aproveitar a oportunidade aberta pelo compromisso do G7?

Tarcilo – Não só o setor mas também o País deve aproveitar essa oportunidade e buscar um papel de protagonista neste processo. O Brasil pode ser um dos líderes deste processo junto ao G-20. Cabe ao setor sucroenergético unificar seus esforços e dar todo o suporte para que essas iniciativas não fiquem sem o respaldo que necessitam. Não será uma tarefa fácil, muito menos avaliar que agora o jogo esta ganho. Haverá inúmeras negociações e inúmeros interesses políticos e comerciais serão contrariados.

Rodrigues: é a melhor notícia para o setor dos últimos anos
Rodrigues: é a melhor notícia para o setor dos últimos anos

 JornalCana – A Cúpula do Clima em Paris, em dezembro próximo, será o próximo passo sobre o tema. Como o setor deve participar desse evento?

Tarcilo – Ativamente. Devemos estar presente com o que de melhor temos. Temos tecnologia no campo e na indústria. Podemos alavancar nossa área de P&D. Devemos no colocar no centro desta questão como um exemplo a ser seguido, desde que não retrocedamos nos avanços já conquistados em nossa matriz energética, e paremos de sonhar com o pré-sal.

JornalCana –  A possível abertura do mercado mundial para os biocombustíveis, entre eles o etanol, já é motivo para retomar investimentos no setor? Como?

Tarcilo – Ainda não. Não podemos cometer os erros do passado recente, quando acreditamos em promessas de mercadores. Há a necessidade de consolidação da demanda de forma efetiva. Os mercados de biocombustíveis ainda são muito protegidos por interesses locais. Primeiro temos que tornar o etanol uma commoditie efetiva, desenvolver mercados futuros, incentivar novos produtores para que o processo torne-se natural, e aí sim fazermos os investimentos para aumentarmos a oferta. São várias frentes que precisam de coordenação para se alcançar o sucesso.

Leia mais: Dicas de Tarcilo para aumentar a produção de etanol

JornalCana – Fique à vontade para comentar mais sobre o setor

Tarcilo – Esta talvez seja melhor notícia dos últimos anos. O Brasil, com a sua política equivocada de combustíveis, provou que estava na contra-mão dos fatos. Quase destruiu um setor, e colocou a sua maior empresa de joelhos perante o mercado. Se soubermos trabalhar de forma coordenada, unindo os esforços de setor público e privado teremos uma oportunidade de realmente alavancarmos o crescimento deste País.