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Mercado vê PIB com alta maior no ano

Já começam a aparecer, entre analistas do mercado financeiro, dúvidas em relação à possível queda dos juros que poderia ocorrer neste mês. Se antes um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic era dado como praticamente certo, agora a previsão é que a redução a ser efetuada pelo Banco Central será de 0,25 ponto.

As previsões constam de pesquisa feita todas as sextas pelo BC, com bancos e empresas de consultoria. Até o levantamento feito no dia 26 de agosto, a expectativa era que, neste mês, a taxa Selic passasse dos atuais 19,75% ao ano para 19,25%. Na consulta mais recente, subiu para 19,5%.

As perspectivas para o crescimento da economia melhoraram. Segundo a pesquisa do BC, a expansão esperada neste ano será de 3,2%, em vez dos 3% do levantamento anterior.

Essa mudança na expectativa para o crescimento se deve à divulgação, na semana passada, de novos números do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo o IBGE, o país cresceu 1,4% no segundo trimestre, na comparação com os primeiros três meses do ano. O resultado ficou um pouco acima do esperado e levou à revisão das projeções para o ano.

Alguns analistas creditam a expectativa de um corte menor dos juros neste mês ao conservadorismo do BC, já que, ao analisar o comportamento dos indicadores econômicos mais recentes, haveria espaço para reduções maiores.

“Pelo lado das contas públicas, da inflação, está tudo em ordem. O problema é que a gente não sabe se a cota de conservadorismo do BC já foi satisfeita”, diz Adolpho Nardy, diretor do banco Cruzeiro do Sul. Para ele, não há muitos motivos para que não ocorra um corte dos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). “A menos que haja um acirramento da crise política”, ressalta.

Sobre a inflação, as projeções dos analistas são cada vez mais positivas. Segundo a última pesquisa, a expectativa é que o IPCA tenha alta de 5,23% neste ano, contra 5,26% do levantamento anterior. A meta do BC para este ano é de 5,1%.