A expansão da oferta de bagaço de cana-de-açúcar crescerá 25% até 2025, em consequência da maior produção de etanol, projetada em 47,3 bilhões de litros em 2023, ante os 27,3 bilhões de litros previstos para este ano no país.
Os números integram o estudo Perspectivas do Setor Elétrico Brasileiro, apresentado em 20/05 por Altino Ventura Filho, Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia (MME), durante o 4o. Curso sobre o Setor Elétrico Brasileiro para a Magistratura, realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em Brasília.
A maior oferta de bagaço projetada pelo estudo ampliará também a disponibilidade de eletricidade no país para 2023, ano utilizado como parâmetro no Plano Decenal do IBGE.
Nesse ano, por exemplo, o MME estima uma população de 217 milhões de habitantes, ante 202 milhões em 2013, com alta anual de 0,7%, ou ganho de 1,5 milhão de habitantes por ano.
Apesar da projetada maior oferta de eletricidade cogerada pelo bagaço (o estudo exclui as possibilidades do emprego da palha da cana), a presença de fontes renováveis na matriz energética perderá para a fóssil em 2023.
Nesse ano, segundo o estudo, as renováveis representarão 85,6% dos necessários 933,8 terawatts-hora (TWh), ante 11,7% da energia proveniente de fontes fósseis. Em 2013, as renováveis representaram 87,8% do total ofertado, enquanto as fósseis ficaram em 7,8%.
O estudo do MME não especula sobre tendências do mercado, mas a questão do custo de produção explica a situação. Enquanto um megawatt-hora (MWh) produzido por hidrelétrica custa médios R$ 120, o mesmo MWh sai por médios R$ 150 na fonte eólica e por R$ 180 pela biomassa.
A biomassa, conforme o levantamento, ampliará sua presença entre as fontes renováveis. Em 2013, representou 6,6% do total de 610,4 TWh e deverá saltar para 7,6% da projetada oferta de 933,8 TWh em 2023.
Já a capacidade instalada de geração elétrica por biomassa ficou em 11,5 gigawatts (GW) em 2013, e, segundo o MME, irá para 18,1 GW em 2023.
Com essa projetada capacidade, a biomassa perderá espaço na matriz energética brasileira. Em 2013, representou 8,9% do total de capacidade de energia elétrica do país, e cairá para 8,6% em 2023.
Quem mais crescerá, na projeção do estudo, é a energia eólica, que saiu de 2,2 GW em 2013 e saltará para 22,6 GW em 2023, com prevista 10,7% de participação do bolo energético.