A participação do etanol hidratado na matriz energética do ciclo Otto neste ano deverá superar a casa dos 20%, contra 17% registrados em 2014 e 16,5% em 2013. O avanço é projetado por Martinho Seiiti Ono, diretor da SCA Etanol do Brasil, trading que movimenta 25% da cana de 64 unidades da região Centro-Sul.
Segundo ele, o hidratado ganha participação como reflexo dos 3% de reajuste no preço da gasolina A em novembro de 2014,a volta dos R$ 0,22 por litro de gasolina pela CIDE a partir de fevereiro último e o aumento do o ICMS sobre a gasolina no Paraná (de 28% para 29%) e em Minas Gerais (de 27% para 29%).
Em projeção de Ono apresentada durante sua palestra no XIII Seminário Tereos Guarani nesta quinta-feira (20/05), em São Paulo, explicou a demanda aquecida pelo hidratado também é registradas pelas regiões Norte e Nordeste do país, que entraram em entressafra em março.
“Nessas regiões, o hidratado já representa 9,4% da matriz energética, ante 7% em 2014, o que faz com que essas regiões comecem a recorrer a hidratado feito no Centro-Sul.”
A realidade para o hidratado contrapõe a de anos anteriores. Conforme Ono, entre janeiro de 2009 a janeiro de 2015, a venda de gasolina C pelas distribuidoras cresceu 75%. Por outro lado, registrou-se decréscimo de 21% nos mesmos períodos para o etanol hidratado. Chegou-se a vender 1,3 bilhão de litros ao mês em 2009, contra 1 bilhão de litros neste mês de maio.
Em 2009, para cada 1 litro de anidro, vendia-se 3 de hidratado. Em 2015 haverá pequena recuperação, por conta da CIDE, conforme ele.
A SCA, disse, projeta uma safra 15/16 com 582 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul. Para 2020, no entanto, o mercado nacional precisará absorver 27,8 bilhões de litros de hidratado, contra 16,6 bilhões a serem produzidos no atual ciclo.
Para dar conta da demanda, o diretor da SCA revela que o Centro-Sul precisaria de 800 milhões de toneladas de cana, contra as atuais 640 milhões de toneladas.