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Açúcar: mercado segue em baixa, diz Samuel Levy

Açúcar: mercado segue em baixa, diz Samuel Levy

O açúcar começa a semana com o mercado em baixa e pressionado. “Por ora, não vejo nenhum sinal de que a cotação na bolsa de Nova York, na tela para julho próximo, possa recuperar a máxima obtida no começo da semana passada”, afirma Samuel Levy, diretor geral da consultoria Suporte & Resistência.

Levy, da Suporte & Resistência: tendência de baixa

Por volta das 11h, o contrato para julho estava em 12,73 centavos de dólar por libra-peso, próximo da mínima, apesar da melhora do câmbio e do dólar ter registrado alta de 1% na BM&FBovespa.

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Segundo Levy, a tendência é de cotações em baixa no longo prazo. “E a situação de oferta de açúcar no mercado e da procura podem fazer com que os preços caiam para níveis ainda mais baixos.”

Na quarta-feira (13/05), a consultoria Kingsman divulgou revisão de suas projeções para o ciclo 14/15, que termina em 30 de setembro próximo, na qual estima um superávit de 3,39 milhões de toneladas de açúcar, ante um déficit de 122 mil toneladas na estimativa feita em janeiro último.

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Na mesma quarta-feira, a consultoria Datagro informou que há mais açúcar disponível e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), também na quarta-feira, divulgou que as usinas têm produzido mais etanol, até a última semana de abril, por conta da demanda maior pelo biocombustível devido à volta da Cide sobre a gasolina e da redução do ICMS sobre o hidratado no Estado de Minas Gerais. Conforme a Unica, 63% da cana processada até o fim de abril foi para fazer etanol.

Até o anúncio da revisão da Kingsman, o mercado de contratos futuros do açúcar tinha registrado altas. Ainda sobre o impacto da entrega de 1,9 milhão de toneladas para a Wilmar, nos contratos vencidos em março, pela qual a compradora sugeriu que tinha demanda para tal volume, os preços mantiveram-se em alta. Ou seja, saíram da mínima de 12 centavos de dólar por libra-peso em abril para 13,60 na terça-feira passada.

“Essa alta também foi impulsionada pelo fato de que os fundos especulativos, que em 31 de março tinham posição líquida vencida de 132 mil contratos, liquidaram essa posição, recomprando os contratos”, comenta Levy. A última estimativa, relacionada à terça-feira da semana passada, dá conta de uma posição líquida comprada de 13 mil contratos. “Mas como o mercado despencou, possivelmente os fundos venderam mais posições compradas.”