O risco à liquidez das empresas brasileiras não financeiras aumentou desde o ano passado, embora os recursos de financiamento devam continuar adequados até meados de 2016, afirmou a agência de classificação de risco Moody’s.
Em relatório desta quarta-feira, que avalia 47 companhias brasileiras não financeiras, a Moody’s citou deterioração macroeconômica, preços mais baixos de commodities e acesso mais restrito a mercados de capitais como fatores que têm pesado sobre resultados de muitas delas.
“O ambiente macroeconômico brasileiro erodiu severamente desde 2014, com a aceleração da inflação e a taxa de emprego parecendo mais frágil”, disse o analista Erick Rodrigues, da Moody’s. “Junto com a acentuada queda na confiança dos consumidores e investidores, estas questões levantam dúvidas sobre as perspectivas de crescimento do país no médio prazo, com companhias expostas à economia doméstica e preços de commodities na lista das mais vulneráveis”, acrescentou.
O percentual de companhias brasileiras avaliadas pela Moody´s com risco elevado de liquidez subiu para 32 por cento, ante 19 por cento entre 2013 e 2014, afirmou Rodrigues.
Os setores de petróleo e gás, proteína e agricultura representam juntos pouco mais de metade da dívida que vence até meados de 2017, com a Petrobras representando cerca de um terço da dívida corporativa que vence até lá e as empresas de alimentos BRF, JBS e Marfrig responsáveis pela maior parte da dívida a vencer do setor de proteínas e agricultura, segundo a Moody’s.
(Fonte: Reuters)